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ZUNIDO
Seguranças do PMDB expulsam manifestantes; presidenciável culpa PT e CUT pelo protesto
Mata-mosquitos invadem ato do PSDB
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
O primeiro ato de apoio de líderes políticos do Rio a José Serra (PSDB) no segundo turno foi
interrompido ontem por um tumulto causado por dez mata-mosquitos, funcionários temporários da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), que atuavam
no combate à dengue, dispensados em 99, quando o tucano era
ministro da Saúde.
Com cartazes e faixas culpando Serra pela epidemia de dengue, os manifestantes invadiram
o auditório da ABI (Associação
Brasileira de Imprensa), onde
ocorria o ato. Houve briga. O
manifestante Jonas Ciro de Souza, 49, machucou a perna esquerda.
Não é a primeira vez que os
mata-mosquitos enfrentam Serra. Em maio, o tucano foi vaiado
por uma centena deles em Brasília. Em março, 30 mata-mosquitos cercaram o carro do candidato no Rio.
Serra culpou o petista Luiz
Inácio Lula da Silva: "Em vez de
debaterem, mandaram uma tropa de choque, inclusive com
agressões físicas. É feio um candidato do PT, o Lula, e o PT fazerem uma tropa de choque no
momento em que deve haver
uma tropa de debates".
O ato reuniu parlamentares e
prefeitos do PSDB, PMDB, PFL e
PPB, entre eles o governador
eleito de Minas, Aécio Neves.
A disputa entre os mata-mosquitos do Rio e o ex-ministro da
Saúde e agora presidenciável tucano vem de longe. Ex-funcionários temporários da Funasa
para o controle e combate do
mosquito transmissor da dengue, eles foram demitidos em
1999. Na ocasião, foram dispensados cerca de 6.000 agentes,
pois levantamento do Ministério
da Saúde concluíra que só 2.000
deles efetivamente trabalhavam.
Segundo o ministério, a grande maioria dos mata-mosquitos
era constituída de cabos eleitorais de políticos de diversos partidos. Eles recebiam, em média,
R$ 1.000, enquanto no resto do
país esses servidores ganhavam
um pouco mais que R$ 250.
Os mata-mosquitos alegam
que a dispensa feita pelo ministério foi irregular e mostram um
despacho, de 5 de agosto de
1999, assinado pela juíza federal
Lana Maria Fontes Regueira,
que afirma ser contra a demissão
dos servidores. "Estamos diante
de uma situação de consequências catastróficas, haja vista a
iminência de ocorrência de dengue hemorrágica", diz a juíza.
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