São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 2002

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ZUNIDO

Seguranças do PMDB expulsam manifestantes; presidenciável culpa PT e CUT pelo protesto

Mata-mosquitos invadem ato do PSDB

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

O primeiro ato de apoio de líderes políticos do Rio a José Serra (PSDB) no segundo turno foi interrompido ontem por um tumulto causado por dez mata-mosquitos, funcionários temporários da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), que atuavam no combate à dengue, dispensados em 99, quando o tucano era ministro da Saúde.
Com cartazes e faixas culpando Serra pela epidemia de dengue, os manifestantes invadiram o auditório da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), onde ocorria o ato. Houve briga. O manifestante Jonas Ciro de Souza, 49, machucou a perna esquerda.
Não é a primeira vez que os mata-mosquitos enfrentam Serra. Em maio, o tucano foi vaiado por uma centena deles em Brasília. Em março, 30 mata-mosquitos cercaram o carro do candidato no Rio.
Serra culpou o petista Luiz Inácio Lula da Silva: "Em vez de debaterem, mandaram uma tropa de choque, inclusive com agressões físicas. É feio um candidato do PT, o Lula, e o PT fazerem uma tropa de choque no momento em que deve haver uma tropa de debates".
O ato reuniu parlamentares e prefeitos do PSDB, PMDB, PFL e PPB, entre eles o governador eleito de Minas, Aécio Neves.
A disputa entre os mata-mosquitos do Rio e o ex-ministro da Saúde e agora presidenciável tucano vem de longe. Ex-funcionários temporários da Funasa para o controle e combate do mosquito transmissor da dengue, eles foram demitidos em 1999. Na ocasião, foram dispensados cerca de 6.000 agentes, pois levantamento do Ministério da Saúde concluíra que só 2.000 deles efetivamente trabalhavam.
Segundo o ministério, a grande maioria dos mata-mosquitos era constituída de cabos eleitorais de políticos de diversos partidos. Eles recebiam, em média, R$ 1.000, enquanto no resto do país esses servidores ganhavam um pouco mais que R$ 250.
Os mata-mosquitos alegam que a dispensa feita pelo ministério foi irregular e mostram um despacho, de 5 de agosto de 1999, assinado pela juíza federal Lana Maria Fontes Regueira, que afirma ser contra a demissão dos servidores. "Estamos diante de uma situação de consequências catastróficas, haja vista a iminência de ocorrência de dengue hemorrágica", diz a juíza.



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