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Equipe do PT segue lei do silêncio
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Às voltas com informações sobre a máquina do governo, a iniciativa mais clara da equipe de
transição conduzida por Antônio
Palocci Filho é seguir à risca a lei
do silêncio. Técnicos e assessores,
quando abordados à porta do escritório do grupo, no Centro de
Formação do Banco do Brasil, em
Brasília, têm a mesma resposta:
"Olha, não levem a mal, mas temos uma determinação para não
falar". Só quem fala é Palocci.
A equipe de transição já ganhou
mais espaço para trabalhar depois
das queixas puxadas pelo coordenador adjunto, Luiz Gushiken.
Eram 780 m2 reservados inicialmente. Agora são quase 1.400 2, divididos em gabinetes, que ocupam mais uma ala do centro.
O comando político, restrito à
sala presidencial de Luiz Inácio
Lula da Silva, ganhou espaço, com
gabinetes individuais para Luiz
Dulci, secretário-geral do PT, José
Dirceu, presidente do partido,
além de sala de reunião, outra para trabalho e uma terceira de espera -com televisão.
Entre reuniões no BB e na Esplanada dos Ministérios, os petistas adotaram o restaurante do
Centro de Formação, que oferece,
entre as várias opções, comida
árabe, massas e arroz integral.
Já Palocci, alvo preferido da imprensa, almoça em seu gabinete,
aproveitando o tempo para encontros de trabalho. A refeição
vem da cozinha da Presidência da
República, que também pôs à disposição motoristas para o leva-e-traz de secretárias e assessores.
Depois de quase três semanas
do início da transição, o grupo se
reuniu e fixou o dia 24 de novembro para concluir, em 26 relatórios, um diagnóstico sobre a máquina do governo.
Num segundo momento, os técnicos vão condensar todas as informações em um único relatório,
que será entregue aos integrantes
do futuro governo no início de dezembro. Pode parecer pouco, mas
é um avanço. No início da semana, somente Palocci e Gushiken
estavam formalmente inscritos na
equipe de transição.
A situação foi resolvida na terça-feira, em um almoço em que
Palocci encaminhou a documentação de sua equipe ao coordenador da transição pelo lado do governo, ministro Pedro Parente
(Casa Civil).
Não se trata de formalidade
apenas. Até então o acesso ao site
com informações sobre a máquina do governo estava limitado às
senhas dos dois.
Os dias trabalhados até a terça-feira, a valerem as regras, não serão bancados pelo governo, para
efeito de pagamento de salários,
que variam de R$1.220 a R$ 8.000.
"Isso aqui é uma missão", disse
José Augusto Valente, um fundador do PT que trocou a presidência do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) do Rio por
um mês e meio em Brasília. Por
ora, pensar em participar do novo
governo é "assunto proibido".
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