|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Assembléia do Rio investiga
dois deputados
TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Dois deputados estaduais do
Rio serão investigados pela Assembléia Legislativa acusados
de participar da "máfia dos
combustíveis". Alessandro Calazans (PV) pediu R$ 200 mil,
segundo a deputada Cidinha
Campos, a um empresário que
queria licença ambiental para
abrir um posto de gasolina.
O deputado estadual Domingos Brazão (PMDB) comprou
três postos de gasolina depois
de nomear como assessor Renan Macedo Leite, preso na semana passada na operação
Poeira do Asfalto. Na operação
da PF foram presas 44 pessoas
acusadas de participação no esquema que adultera notas fiscais, sonega impostos e concede irregularmente licenças ambientais para postos.
O relatório com a cópia da fita gravada por Cidinha de conversa com o empresário em seu
gabinete e documentos que
comprovariam as informações
foram entregues ontem à Assembléia Legislativa do Rio,
que estabeleceu prazo de duas
semanas para que a comissão
formada para investigar o caso
dê seu parecer, que pode ir do
arquivamento à cassação.
No depoimento, o empresário, cujo nome não foi revelado,
diz que, quando precisou tirar
uma licença ambiental na Feema (Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente)
para um posto de combustíveis, um amigo o levou ao gabinete de Calazans. Segundo seu
depoimento, o deputado pediu
R$ 200 mil.
O empresário, que é dono de
um depósito de combustíveis,
declarou ainda que Brazão tinha participações em postos de
gasolina desde 1998, que não
estavam em seu nome. Ele disse que sabia da participação de
Brazão porque, nessa época,
um policial civil o teria procurado para alugar o depósito. No
local, aconteceriam as adulterações de combustíveis. Esse
policial seria sócio de Brazão.
A deputada afirmou que o
empresário decidiu depor sobre o esquema porque, após
cobrar uma dívida de aluguel
do depósito, que chegaria a R$
1 milhão, sofreu dois atentados.
"No segundo, em 23 de setembro, ele levou três tiros; e o
filho, de 23 anos, levou um no
braço e chegou a perder parte
do osso. Depois que atingiram
o filho dele, bastou", disse Cidinha Campos.
O deputado Calazans negou
as acusações relatadas por Cidinha e as classificou de leviandade. Brazão disse que vai processar a parlamentar.
Loterj
Calazans já é investigado pela
Alerj por ter, segundo a revista
"Veja", tentado extorquir dinheiro do empresário do jogo
Carlos Augusto Ramos. O deputado foi presidente da CPI da
Loterj e teria pedido dinheiro
para tirar o nome de Cachoeira
do relatório final da CPI.
A revista apontou também a
suposta participação do deputado federal André Luiz
(PMDB) no esquema. Afastado
ontem pelo partido, ele teria
pedido R$ 4 milhões ao empresário e beneficiado com dinheiro de donos de postos de gasolina para sua campanha.
Texto Anterior: Investigação: Câmara prepara cassação de André Luiz Próximo Texto: Justiça: Liminar mantém Capiberibe no Senado Índice
|