São Paulo, sábado, 18 de novembro de 2006

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Governadores pedem PMDB na base lulista

Reunidos em Florianópolis, três governadores eleitos do partido afirmaram que sigla deve dar "suporte à governabilidade"

Assinaram a nota Luiz Henrique (SC), Pucinelli (MS) e Requião (PR), além de Rigotto (RS); Temer diz que levará decisão ao presidente


MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Depois de ver esvaziado o encontro que reuniria os sete governadores eleitos do PMDB, os três governadores do Sul e o governador eleito de Mato Grosso do Sul anunciaram em Florianópolis apoio para a sigla integrar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Presente ao encontro, o presidente do PMDB, Michel Temer, disse que será o porta-voz da decisão a Lula, no encontro agendado entre os dois para a próxima quarta-feira.
Uma nota diz que os governadores ""manifestam à nação o desejo de que o PMDB dê suporte à governabilidade, baseada na retomada do desenvolvimento nacional, com base num pacto federativo, que viabilize os Estados e municípios para geração de emprego, elevação da renda e inclusão social".
O documento foi elaborado pelo anfitrião, o governador reeleito de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, pelo governador reeleito do Paraná, Roberto Requião, pelo governador em fim de mandato no Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, e pelo governador eleito de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli. Os outros quatro governadores eleitos do PMDB não compareceram.

"Adesão" e "submissão"
Antes da divulgação da nota, dois dos signatários haviam feito, ontem à tarde, críticas à "adesão" e à "submissão" de parte do PMDB ao governo.
"Quem aderiu foi o Sarney, que tem que nomear a filha. Esse, sim, aderiu", afirmou Puccinelli, atacando o senador José Sarney (AP), um dos interlocutores do PMDB na negociação com o presidente. Derrotada na eleição ao governo do Maranhão, Roseana Sarney (que deve sair do PFL) é cotada para compor o ministério de Lula.
Luiz Henrique ia na mesma linha. Disse, sem citar nomes, que quem esvaziou a reunião "fez a política da submissão e cometeu um erro abissal".

Hartung
Um dos ausentes no encontro em Florianópolis, o governador reeleito do Espírito Santo, Paulo Hartung, disse ontem em Belo Horizonte que o PMDB, pode auxiliar um processo de "distensão" entre o PT e o PSDB no segundo mandato de Lula.
Além de Hartung, também não foram os eleitos Sérgio Cabral (RJ), Marcelo Miranda (TO) e Eduardo Braga (AM).
Segundo Hartung, a disputa entre tucanos e petistas deve cessar para que o país retome a sua agenda de crescimento. "O PMDB tem uma boa relação com as duas forças políticas, e acho muito importante um distensionamento desse processo político, isso ajuda o país."


Colaborou PAULO PEIXOTO, da Agência Folha, em Belo Horizonte

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