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São Paulo, Sábado, 18 de Dezembro de 1999
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PAINEL Balançando O PFL, partido ao qual pertenceu Elcio Alvares até virar ministro da Defesa neste ano, não está se empenhando em ajudá-lo no Planalto e na crise com a Aeronáutica. Alvares está nas mãos de FHC, que aguarda investigação da CPI do Narcotráfico sobre assessora do ministro para fritá-lo ou segurá-lo. Olhar pragmático 1 O mercado financeiro reagiu bem à decisão de FHC de encerrar a fase de reformas constitucionais até abril do ano que vem. Operadores avaliam que muita energia foi gasta pelo Planalto criando e frustrando expectativas. A queda do dólar, ontem, foi parcialmente atribuída à declaração do tucano. Olhar pragmático 2 Na visão de setores do mercado financeiro, a governabilidade do presidente melhorará sem ele priorizar as reformas. Acreditam que os números da economia real vão dar o balizamento para crises ou calmarias. Altruísmo empresarial Um grupo de empresas privadas que atuam no Espírito Santo deve pagar à ex-ministra Claudia Costin, que está fazendo um projeto de modernização administrativa do Estado. A estatal que iria contratar Costin se recusou a bancar a conta. Miopia O conselheiro Eurípedes Sales, do Tribunal de Contas do Município, aprovou as contas de 98 da Companhia Metropolitana de Habitação de SP, apesar de 65 falhas apontadas em relatório de técnicos do TCM. Batendo bumbo De Aécio Neves, sobre a retomada do projeto parlamentarista do PSDB: "É uma discussão que está madura. Daremos uma nova dimensão à comissão, logo no início de 2000". Entrando na briga A câmara técnica do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) pretende aproveitar o recesso parlamentar para finalizar uma proposta alternativa de reformulação do Código Florestal. O texto em tramitação no Congresso, patrocinado pela bancada ruralista, reduz mecanismos de preservação. Já tem um palco O PT de Mato Grosso decidiu, em prévia, lançar Serys Slhessarenko para a Prefeitura de Cuiabá. Influiu na escolha o fato de ela presidir a CPI do Narcotráfico na Assembléia de MT. Vida marvada! Silvio Santos levará políticos ao programa ""Qual é a Música", amanhã, no SBT. De um lado, Orestes Quércia (PMDB), ex-governador de São Paulo, e Alda Marcoantônio, secretária de Celso Pitta. De outro, Agnaldo Timotéo e Cidinha Campos. Avião presidencial A Aeronáutica faz pressão para FHC trocar o "Sucatão" por um Boeing 737-800. O custo assustou Planalto: US$ 60 mi. Luta federal A Federação Nacional do Fisco Estadual promete fazer barulho contra o projeto de Código do Contribuinte. Entende que o texto do PFL, ao exigir que fiscais tenham mandado judicial para visitar empresas, beneficia os sonegadores, que terão tempo para fraudar documentos. Visita à Folha A conselheira deliberativa da ANABB (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil), Graciela Paula Ferroni, visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Anita Silva de Carvalho, conselheira da ANABB, e de Maria José O'Neill, coordenadora nacional do Programa Nacional de Prevenção às LER (Lesões de Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). A Folha recebeu também a visita de Alfredo Rizkallah, presidente da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). TIROTEIO De Luiz Francisco de Souza, procurador da República responsável pela investigação que resultou na prisão do ex-deputado Hildebrando Pascoal, sobre a "Lei da Mordaça" (projeto que impede autoridades de informar sobre o andamento de investigações): - O governo está golpeando a democracia para proteger grandes autoridades. Collor, por exemplo, nunca teria caído se na época existisse esse mecanismo de censura prévia. CONTRAPONTO Hora do aperto A pane no avião que levava o vice-presidente da República, Marco Maciel, à China foi muito mais grave do que o noticiado. Maciel desabafou em um telefonema a FHC nesta semana. O presidente, que conhece o estilo calmo e religioso de Maciel, ficou impressionado. O vice, brinca-se no Planalto, só faz duas coisas: conversa sobre política baixinho ou reza baixinho. Na conversa por telefone, Maciel narrou os instantes de medo. Além do fogo em uma turbina, o avião presidencial (há duas grandes aeronaves por conta da Presidência) sofreu um problema no trem de pouso, que teve de ser baixado manualmente. O sistema automático pifara. Depois de relatar todos os detalhes, Maciel disparou, num tom que contrasta com seu perfil discreto: - Desculpe, presidente, mas vou ter de lhe dizer. Não dá mais para viajar nesse avião! FHC vai trocar as duas aeronaves modelo Boeing 707. A que o presidente usa completará 42 anos em fevereiro. Próximo Texto: Governo: Crítica a Alvares derruba o chefe da Aeronáutica Índice |
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