São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2000
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PERSONAGEM Mary Lourdes, que emocionou o governador, recebeu convite para ir ao Bandeirantes Autora de carta quer Covas presidente
SANDRA BRASIL DA REPORTAGEM LOCAL A professora Mary Lourdes Machado Barbosa, autora da carta que levou o governador de São Paulo, Mário Covas, às lágrimas no último dia 30, disse que "sonha" em vê-lo candidato a presidente da República. Eleitora de Covas para presidente em 1989, Mary fez uma carta adaptando a fábula da borboleta que teve ajuda de um homem para sair do casulo e que, por isso, nunca conseguiu voar. Segundo a história, que Mary conheceu na adolescência, o esforço que a borboleta fazia para sair do casulo era necessário para que as asas ficassem fortes. "Se não recebêssemos de Deus obstáculos, poderíamos até ser aleijados, pois não descobriríamos a força que está dentro da gente e só aparece nas horas difíceis", disse Mary. Nove dias depois da cirurgia para retirada de dois tumores malignos do intestino, Covas concedeu uma emocionada entrevista à imprensa, no Incor (Instituto do Coração). Sem identificar a autora, ele chorou e chegou a soluçar ao ler a carta. A professora disse que quis mostrar com a fábula que a colostomia definitiva (desvio da saída das fezes para uma bolsa plástica fixada no abdômen) feita no governador era apenas um acessório. Na entrevista, Covas afirmou que não poderia se preocupar com o acessório se havia ganho o principal: a vida. "Pedi que ele não deixasse morrer os nossos sonhos. De ter o país dirigido por alguém resoluto, decidido, corajoso como ele. Alguém que corresse atrás da vida. E que não deixasse de agradecer a Deus por ter lhe dado essas qualidades e que não se importasse com os acessórios." Moradora de Paraíba do Sul (a 122 km do Rio), Mary conheceu Covas no fim de outubro. Ele estava internado no Incor para se submeter a uma angioplastia. Ela acompanhava o marido, o desenhista aposentado Adilson Alves Barbosa, 60, que se submeteu a uma cirurgia cardíaca e era vizinho de quarto de Covas. Ao saber que o desenhista teria alta antes dele, o governador lhe escreveu uma carta. Nela, Covas chama o desenhista de "amigo" e o convida para visitar a sua casa, o Palácio dos Bandeirantes. Mary escreveu em resposta a carta de apoio a Covas. Texto Anterior: Administração: Bird elogia contas de SP e diz que inativo é problema Próximo Texto: Mensagem traz fábula de autor desconhecido Índice |
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