São Paulo, quarta-feira, 18 de dezembro de 2002

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Cadeira na ABL será alvo de disputa

DA SUCURSAL DO RIO

A morte do jurista Evandro Lins e Silva deixa vaga a cadeira número um da Academia Brasileira de Letras -a disputa pelo posto começa formalmente amanhã. Depois da Sessão da Saudade, marcada para as 16h, onde os membros da ABL lembrarão histórias do jurista, será oficializada a abertura da vaga.
Para Carlos Heitor Cony, acadêmico e colunista da Folha, a escolha deve ser muito cuidadosa.
"No momento, a gente não têm pessoas com a característica dele, com o passado do Evandro. Mesmo que venha aqui o melhor dos homens, não terá o passado do Evandro. Nesse ponto ele é insubstituível. Eu não me candidataria jamais à vaga dele. A Academia deve pensar muito nessa substituição, pois é um vazio muito grande", disse Cony, para quem o advogado criminalista "é uma unanimidade nacional, uma das raras e merecidas unanimidades nacionais".
Depois de anunciada a vaga, qualquer brasileiro que possuir um livro publicado pode se candidatar, em um prazo de 60 dias. Há mais 60 dias para as campanhas e só então é marcada a votação.
"Ele costumava dizer que era o sobrevivente de sua geração, pois quase todos os amigos tinham falecido, mas que tinha tido a felicidade de, no fim da vida, compor um quadro novo de 39 amigos, que eram os seus companheiros da ABL", disse o presidente da academia, Alberto da Costa e Silva, no velório do jurista.
Evandro Lins e Silva era um acadêmico assíduo e participativo, que não tinha o hábito de faltar às sessões da ABL.
Na quarta-feira, véspera de sua viagem a Brasília, fez questão de comparecer à academia para cumprimentar os colegas.


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