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Cadeira na ABL será alvo de disputa
DA SUCURSAL DO RIO
A morte do jurista Evandro
Lins e Silva deixa vaga a cadeira
número um da Academia Brasileira de Letras -a disputa pelo
posto começa formalmente amanhã. Depois da Sessão da Saudade, marcada para as 16h, onde os
membros da ABL lembrarão histórias do jurista, será oficializada
a abertura da vaga.
Para Carlos Heitor Cony, acadêmico e colunista da Folha, a escolha deve ser muito cuidadosa.
"No momento, a gente não têm
pessoas com a característica dele,
com o passado do Evandro. Mesmo que venha aqui o melhor dos
homens, não terá o passado do
Evandro. Nesse ponto ele é insubstituível. Eu não me candidataria jamais à vaga dele. A Academia deve pensar muito nessa
substituição, pois é um vazio muito grande", disse Cony, para
quem o advogado criminalista "é
uma unanimidade nacional, uma
das raras e merecidas unanimidades nacionais".
Depois de anunciada a vaga,
qualquer brasileiro que possuir
um livro publicado pode se candidatar, em um prazo de 60 dias. Há
mais 60 dias para as campanhas e
só então é marcada a votação.
"Ele costumava dizer que era o
sobrevivente de sua geração, pois
quase todos os amigos tinham falecido, mas que tinha tido a felicidade de, no fim da vida, compor
um quadro novo de 39 amigos,
que eram os seus companheiros
da ABL", disse o presidente da
academia, Alberto da Costa e Silva, no velório do jurista.
Evandro Lins e Silva era um acadêmico assíduo e participativo,
que não tinha o hábito de faltar às
sessões da ABL.
Na quarta-feira, véspera de sua
viagem a Brasília, fez questão de
comparecer à academia para
cumprimentar os colegas.
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