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CASO STO. ANDRÉ
Promotoria vai participar de interrogatório
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os promotores criminais de
Santo André irão participar na
próxima segunda-feira do interrogatório judicial do empresário
Sérgio Gomes da Silva, acusado
de ser um dos mandantes do assassinato do então prefeito de
Santo André, Celso Daniel (PT),
em janeiro do ano passado.
Será a primeira vez que o empresário, que trabalhou como segurança de Daniel, será ouvido na
ação criminal que corre contra ele
-na qual ele é acusado por homicídio triplamente qualificado.
Os promotores poderão fazer
perguntas a Gomes da Silva graças a uma mudança recente no
Código de Processo Penal. No dia
1º de dezembro, foi alterado o artigo 188, que agora permite à Promotoria a possibilidade de questionar o interrogado -prerrogativa esta que anteriormente cabia
exclusivamente aos juízes.
Os promotores poderão refazer
as mesmas perguntas que haviam
feito a Gomes da Silva durante a
investigação. Na ocasião, o empresário afirmou que só falaria
sobre a morte de Daniel em juízo.
A Promotoria deve questionar o
empresário sobre as contradições
nas versões apresentadas por Gomes da Silva sobre o sequestro de
Daniel. Na noite de 18 de janeiro
de 2002, quando o prefeito foi levado por uma quadrilha da favela
Pantanal, Gomes da Silva estava
com Celso Daniel em uma Pajero
blindada, quando os dois foram
abordados pelos sequestradores.
Uma das dúvidas está relacionada ao suposto tiroteio que Gomes da Silva descreveu à polícia,
como um dos fatores determinantes para que ele parasse o veículo. O laudo do exame de balística, no entanto, informa que todos
os oito tiros que atingiram a blindagem do carro foram dados com
a Pajero parada. No caminho descrito pelo empresário como sendo da perseguição, a perícia não
encontrou marcas de balas.
Durante o interrogatório, Gomes da Silva, que está preso, poderá permanecer em silêncio.
Além dele, outros dois presos da
favela Pantanal, acusados de terem sequestrado Daniel, serão
ouvidos no interrogatório pelo
juiz Luiz Fernando Migliori Prestes, da 1ª Vara da Comarca de Itapecerica da Serra (SP).
Adiamento
O interrogatório de Gomes da
Silva, que seria amanhã, foi adiado anteontem para segunda-feira.
O adiamento foi solicitado por
seus advogados, que alegaram ao
juiz Luiz Fernando Migliori Prestes não terem tido acesso aos 40
volumes da ação criminal que
corre contra o empresário por homicídio triplamente qualificado.
Segundo os advogados Roberto
Podval e Adriano Vanni, seria impossível preparar uma defesa sem
conhecer o teor das acusações
contra o empresário. O prazo desejado pela defesa era de pelo menos dez dias para estudar o caso.
Dos 40 volumes, os últimos cinco referem-se à investigação desenvolvida pelos promotores, que
colocaram Gomes da Silva como
um dos mandantes do assassinato do prefeito Celso Daniel.
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