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Governadora eleita do Estado afirma não ter responsabilidade sobre doadores
DA SUCURSAL DO RIO
A governadora eleita do Pará,
Ana Júlia Carepa (PT), afirmou, por meio de sua assessoria, que não tem responsabilidade sobre os atos praticados
por empresas que doaram para
sua campanha e que não foi responsável pelos contatos com
empresas para arrecadação na
campanha eleitoral.
Segundo a assessoria, Carepa
disse que quem praticar trabalho escravo no Pará, durante
seu governo, "seja lá quem for",
pagará pelo fato.
Ao ser eleita governadora do
Estado, uma das primeiras iniciativas de Carepa foi assinar
um compromisso para priorizar em sua gestão o combate ao
trabalho escravo.
O deputado federal eleito
Paulo Rocha (PT-PA) disse que,
se soubesse que as siderúrgicas
que doaram para sua campanha respondem a processos administrativos do Ministério do
Trabalho por uso de mão-de-obra escrava em carvoarias,
não teria aceitado as contribuições financeiras.
"Sinceramente, eu não sabia.
Se soubesse, com certeza não
pediria ajuda a elas, para não ficar nesse constrangimento.
Mas isso não me tira a condição
para continuar lutando pela
aprovação da emenda constituição para expropriação de
propriedades envolvidas com
trabalho escravo", disse Rocha.
Ele disse que tomou a iniciativa de pedir contribuição às
empresas e que o presidente da
Sidemar (Siderúrgica de Marabá), Demétrius Ribeiro, é seu
amigo de longa data. O empresário, de Marabá, é suplente do
senador eleito Mário Couto, do
PSDB, que também recebeu
contribuição da Simara.
Ibama e siderúrgicas
Paulo Rocha disse que apóia
a autuação das siderúrgicas nos
casos em que é evidente que
elas controlam as carvoarias
onde há trabalho escravo.
O deputado disse que, há
mais de um ano, vem negociando com o governo a assinatura
de um termo de ajuste de conduta entre o Ibama e as siderúrgicas, para definir um prazo para que elas se tornem auto-suficientes na produção de carvão.
Isso levaria ao fim da produção
de carvão com madeira retirada
ilegalmente de florestas. "Uma
parte da produção é feita com
madeira legal, mas há uma
grande parte de carvão ilegal,
fornecido por pequenos produtores, que detonam a floresta."
O deputado disse que foi
acompanhado pelo secretário-executivo da Asica (Associação
das Siderúrgicas de Carajás),
Luiz Correia, e por representantes de sindicatos dos carvoeiros nos encontros com o governo e com o Ministério Público do Trabalho.
Paulo Rocha cumpriu mandato de deputado federal até
outubro de 2005, quando, acusado de envolvimento no mensalão, renunciou para não correr o risco de ser cassado. Ele
foi acusado de ter recebido, por
meio de uma assessora, R$ 420
mil do valerioduto. Afirma que
usou o dinheiro para pagar dívidas da campanha de 2002. O
deputado foi reeleito com 117
mil votos.
(ELVIRA LOBATO)
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