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França tenta vender submarino ao Brasil
Planalto, porém, mantém opção de construir veículo de propulsão nuclear em parceria e rejeita compra devido ao custo de R$ 3,6 bi
Em visita sigilosa a Brasília, ministro da Defesa francês tentou encontro com Lula, que receberá o presidente Nicolas Sarkozy no dia 22
SAMY ADGHIRNI
CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Às vésperas da visita do presidente Nicolas Sarkozy ao Brasil, na próxima semana, o governo francês tenta incluir a
venda de um submarino de
propulsão nuclear no pacote de
equipamentos militares que será assinado pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Até
agora, Lula tem mantido a opção de construir o veículo em
parceria, rejeitando a compra
por causa do alto custo.
Segundo a Folha apurou, o
modelo oferecido é um submarino classe Suffren, antes conhecido como Barracuda. A
versão mais básica custa 1,1
bilhão (R$ 3,6 bilhões) e a completa chega a valer 2 bilhões
(R$ 6,5 bilhões).
O Ministério da Defesa nega
que o negócio tenha sido discutido. O governo francês silencia, mas o lobby segue nos bastidores. A última investida de
Paris ocorreu na semana retrasada. O ministro francês da Defesa, Hervé Morin, foi a Brasília, numa visita relâmpago.
Conseguiu horário na agenda
do presidente Lula, mas o encontro foi cancelado pelo Planalto. Morin, então, foi recebido pelo ministro Nelson Jobim
(Defesa), que conheceu o submarino nuclear na visita à base
naval francesa em Toulon, em
janeiro. Embora tenha gostado
do submarino, Jobim não teve
autorização de Lula para avançar nas negociações.
O governo francês argumenta que, se o Brasil comprar um
submarino nuclear, terá mais
facilidade para construir os
seus próprios. O projeto brasileiro prevê a construção conjunta do casco, mas o reator
nuclear seria responsabilidade
da Marinha brasileira, cujo
programa deverá ser concluído
em oito anos ao custo de R$ 1
bilhão. Os submarinos de propulsão nuclear da França são
vendidos sem o motor ou partes dele, pois a tecnologia é
considerada sensível.
Morin lembrou a Jobim que
o governo francês encomendou
seis unidades do Suffren para
substituir parte da sua atual
frota. Afirmou ainda que o Suffren, fabricado por um consórcio que inclui as estatais DCNS
e Areva, é capaz de carregar
4.100 toneladas e poderia ser
entregue a partir de 2016.
Lula encampou o projeto de
desenvolvimento dos submarinos nucleares para vigiar as reservas de petróleo do litoral.
Ontem, o tema foi discutido
por militares da reserva e da
ativa no Clube Militar, no Rio.
"A parceria é uma forma de
cortar etapas", disse o presidente, general Gilberto Barbosa de Figueiredo.
Sarkozy chega na segunda-feira ao Rio para uma visita de
dois dias em que será assinado
um pacote tecnológico-militar,
que inclui a compra de ao menos três submarinos de propulsão convencional.
Colaborou RAPHAEL GOMIDE ,
da Sucursal do Rio
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