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Oposição recua e diz que não vai deixar CPI mesmo sem um cargo no comando
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Acuada pela estratégia governista, a oposição mudou o discurso e agora diz que não vai
mais abandonar a CPI mista de
senadores e deputados dos cartões corporativos mesmo se
não tiver postos de comando.
DEM e PSDB argumentam
agora que partirão para uma
CPI exclusiva de senadores
apenas se a mista não fizer uma
investigação "aprofundada".
Ontem, o líder do DEM, senador José Agripino (RN), fez
uma consulta formal sobre o
assunto à Mesa Diretora. O partido quer saber se é possível a
realização ao mesmo tempo de
duas comissões com o mesmo
foco. A resposta deverá ser dada entre hoje e amanhã.
"A gente vai fazer a CPI no
Senado se percebemos que não
dá para investigar nada na comissão mista", disse Agripino.
"Para mim não há problema em
ter uma CPI só no Senado, mas
acredito que a comissão mista
dará mais resultado", completou o deputado Carlos Sampaio
(PSDB-SP), autor do requerimento de criação da CPI.
A distribuição dos cargos numa CPI do Senado seria mais
igualitária, já que a diferença
entre as bancadas governista e
oposicionista lá é menor.
Apesar do recuo, a oposição
diz que apresentará nomes de
presidente e relator para concorrer com os parlamentares já
indicados pelos governistas.
Para a presidência da comissão,
o PMDB indicou o senador
Neuto de Conto (SC) e, para relator, o PT indicou o antigo líder do partido Luiz Sérgio (RJ).
"É regimental: quem controla a
CPI sempre foram os partidos
com as maiores bancadas. Agora não tem por que ser diferente", diz o presidente da Câmara,
Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Os oposicionistas vão tentar
um posto de comando usando a
sugestão do presidente do Senado, Garibaldi Alves (RN), de
que a disposição dos postos deveria ser igualitária. "Vamos
tentar no convencimento e no
voto [ficar com a presidência e
com a relatoria], mas abandonar a CPI mista agora seria
criar dúvidas na sociedade",
disse o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).
Hoje, PSDB e DEM tem uma
reunião marcada para traçar a
estratégia na CPI. A leitura do
requerimento de instalação está marcada para amanhã. Depois os líderes partidários têm
que indicar os membros.
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