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OAB decide manter nomes rejeitados a vaga no STJ
Conselheiros da entidade deram 120 dias para que ministros elejam três dos indicados
Ofício que será enviado ao tribunal pedirá que a corte realize "tantos escrutínios quanto necessário para a formação da lista tríplice"
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho Federal da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil) decidiu enfrentar o STJ
(Superior Tribunal de Justiça)
e manter os seis nomes que enviou à corte para preencher
uma vaga no órgão. As indicações foram rejeitadas três vezes
pelos ministros, que devolveram a lista na semana passada à
OAB, deflagrando uma crise
institucional. A decisão "obriga" o STJ a se debruçar sobre os
mesmos nomes.
Apesar de manter a lista, a
OAB adiou a decisão de ingressar no STF (Supremo Tribunal
Federal) com mandado de segurança contra o STJ. Os conselheiros deram prazo de 120
dias para que os ministros escolham três nomes a partir dos
indicados, caso contrário dizem que vão cumprir a ameaça.
A indicação final do novo ministro é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com base nos
três nomes indicados pelo STJ.
A disposição inicial de grande parte dos conselheiros da
OAB era encaminhar os nomes
diretamente ao presidente Lula, alegando que o STJ não
cumpriu com seu dever constitucional, ou ingressar imediatamente no STF. Coube ao presidente da OAB, Cezar Britto, e
aos ex-presidentes da instituição, convocados para uma reunião ontem, contemporizar.
Com o ex-ministro da Justiça
Márcio Thomaz Bastos, Britto
se encontrou com o presidente
do STJ, Raphael de Barros
Monteiro Filho, que se comprometeu em reunir a corte para deliberar sobre a retomada
da discussão sobre a lista.
A Folha apurou que o presidente do STJ disse ter sido voto vencido sobre o encerramento da discussão na corte e que, na sua versão, não houve
devolução da lista, apenas um
alerta à OAB de que por três vezes não se alcançou quórum
para a indicação de três deles.
O ofício que será encaminhado ao STJ não falará em devolução da lista, mas pedirá que a
corte realize "tantos escrutínios quanto necessário para a
formação da lista tríplice".
A recusa do STJ pode ter relação com grupos políticos formados no tribunal. Nenhum
dos indicados pertenceriam
aos grupos que compõem a
corte. No STJ, a explicação é
outra. Extra-oficialmente, sabe-se que pesou na decisão o
fato de três dos indicados serem considerados muito jovens. Eles têm entre 36 e 37
anos. A Constituição estabelece três condições: idade mínima de 35 anos, notável saber
jurídico e reputação ilibada. Os
indicados são: Flávio Cheim
(ES), Cezar Roberto Bitencourt (RS), Marcelo Lavocat
Galvão (DF), Bruno Espiñeira
Lemos (BA), Roberto Gonçalves de Freitas Filho (PI), e Orlando Maluf Haddad (SP).
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