São Paulo, terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Folha premia relato sobre trabalho ilegal em confecções de SP

Fernando Donasci/Folha Imagem
Boliviana passa por painel em La Paz cheio de anúncios de emprego, incluindo vagas para costureiros dos dois sexos para trabalhar no Brasil

Reportagem sobre o tráfico de mão-de-obra boliviana que abastece o mercado têxtil recebe o Grande Prêmio de 2007

Na categoria Reportagem, o prêmio ficou com revelação da opinião de um ministro do STF sobre a abertura do processo sobre o mensalão

DA REDAÇÃO

O repórter-fotográfico Antônio Gaudério ganhou o Grande Prêmio Folha de Jornalismo de 2007 por revelar as condições degradantes em que vivem os bolivianos aliciados para trabalhar em confecções paulistas.
Levando um telefone celular com câmera fotográfica, Gaudério chegou à Bolívia em 16 de novembro passado e, fazendo-se passar por um dos milhares de migrantes ilegais que viajam ao Brasil para fugir da miséria, regressou a São Paulo para trabalhar 17 horas por dia costurando peças de roupa em troca de casa e comida. Conseguiu fugir em 8 de dezembro. A reportagem "O preço de um vestido" foi publicada oito dias depois.
Na Folha desde 1989, Antônio Gaudério já conquistou os prêmios Ayrton Senna de Fotografia e Vladimir Herzog de Direitos Humanos. Publicou "Viagem ao País do Futebol", em co-autoria com Mário Magalhães, ombudsman do jornal.

Outros prêmios
Criado em 1993, o Prêmio Folha é entregue anualmente aos melhores trabalhos produzidos por profissionais da Empresa Folha da Manhã S.A., que edita a Folha, o "Agora" e o site Folha Online. Há premiações bimestrais e uma seleção final, na qual são anunciados, além do Grande Prêmio, os vencedores de seis categorias. Em 2007 concorreram 437 trabalhos.
Vera Magalhães, do "Painel", ganhou o prêmio na categoria Reportagem ao revelar, em agosto, os bastidores da decisão do Supremo Tribunal Federal de abrir ação penal contra os 40 denunciados pelo mensalão. Em um diálogo telefônico testemunhado pela jornalista, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, reclamou de interferência da imprensa no julgamento -"a imprensa acuou o Supremo"- e afirmou que a tendência do tribunal era "amaciar para o [José] Dirceu".
Denise Chiarato (editora-adjunta de Cotidiano), Toni Pires (editor de Fotografia) e Fabio Marra (editor de Arte) venceram na categoria Edição com a série "Tragédia em Congonhas", sobre o acidente com o avião da TAM, em julho.
Na categoria Serviço, os ganhadores foram os jornalistas Vinicius Konchinski e Fabiana Rewald, do jornal "Agora", com o caderno especial "Guia do IR", publicado em março.
O especial "Aquecimento global", de fevereiro, rendeu ao editor de Ciência, Claudio Angelo, e aos infografistas Alexandre Argozino e Eduardo Asta o prêmio na categoria Arte.
Marlene Bergamo venceu na categoria Fotografia com a imagem da menina L. -que ficou detida numa cela com mais de 30 homens por 26 dias- amparada por sua mãe e por sua madrasta, em novembro.
Na categoria Especial, o prêmio ficou com o caderno Religião, produzido por uma equipe coordenada por Roberto Dias (editor-assistente de Brasil) e integrada por Márcio José (diagramador), Marcelo Pliger (infografista), Vanessa Alves e Mauricio Puls (redatores).
A Comissão Julgadora -Vaguinaldo Marinheiro (secretário de Redação da Folha), Mário Magalhães (ombudsman da Folha), Tereza Rangel (ombudsman do UOL), Soninha Francine (colunista da Folha) e Renato Mezan (articulista da Folha)- concedeu menções honrosas ao texto "Os segredos da caixa preta do Legacy", de Eliane Cantanhêde, à edição "Resenhas inéditas de grandes obras fictícias", de Marcos Flamínio Peres, e à foto "King Kong", de Antônio Gaudério.


Texto Anterior: Toda Mídia - Nelson de Sá: Volta ao mundo
Próximo Texto: Pauta surgiu após blitz contra o trabalho clandestino na cidade
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.