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Interino procurou
consultor e falou
de termos de saída
ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Horas antes de anunciar
que não deixaria o cargo, o
governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio
(DEM), discutiu em um almoço os termos de uma possível renúncia com o especialista em gerenciamento de
crises Mário Rosa. Levava
em mãos o rascunho de uma
carta de renúncia, que não
mostrou a seu interlocutor.
O almoço no restaurante
do Hotel Meliá, em Brasília,
testemunhado pela Folha,
foi um contraste entre um
Mário Rosa relaxado, vestindo camiseta e chinelos, e um
governador tenso, que falava
baixo e interrompia a conversa com frequência para
atender ao telefone.
Além dos dois, a irmã de
Paulo Octávio, Cláudia, participou do encontro.
O governador se queixou
da frieza com que foi recebido pelo presidente Lula. Reclamou ainda de não ter o
apoio de seu partido. "Como
eu posso pedir o apoio do PT
se nem o DEM me dá?"
Na conversa, de cerca de
uma hora e meia, Rosa por
diversos momentos deu dicas de como o governador
deveria proceder. Chegou a
dizer que, se a decisão fosse
por uma renúncia, que ela
ocorresse ainda ontem.
Paulo Octávio perguntou
se deveria distribuir uma
carta de renúncia ou fazer
um pronunciamento. "Pronunciamento nas rádios e
TVs locais é melhor. Uma
coletiva, melhor ainda." Rosa usa a imagem do fim de
um namoro como exemplo:
"O senhor não liga para a namorada para terminar o namoro? Não faz só por carta.
Você chama a namorada ou
liga para ela", disse, reprovando a renúncia por carta.
Ao final, o governador se
despede de Rosa, que deixou
o local para seguir para o aeroporto, dizendo que teriam
outros momentos melhores.
"Muito obrigado, Mário, vai
ser um dia histórico."
À Folha Rosa negou que
esteja dando consultoria a
Paulo Octávio. Afirmou que
passou o Carnaval em Brasília e foi procurado por ele.
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