São Paulo, sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

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Interino procurou consultor e falou de termos de saída

ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Horas antes de anunciar que não deixaria o cargo, o governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), discutiu em um almoço os termos de uma possível renúncia com o especialista em gerenciamento de crises Mário Rosa. Levava em mãos o rascunho de uma carta de renúncia, que não mostrou a seu interlocutor.
O almoço no restaurante do Hotel Meliá, em Brasília, testemunhado pela Folha, foi um contraste entre um Mário Rosa relaxado, vestindo camiseta e chinelos, e um governador tenso, que falava baixo e interrompia a conversa com frequência para atender ao telefone.
Além dos dois, a irmã de Paulo Octávio, Cláudia, participou do encontro.
O governador se queixou da frieza com que foi recebido pelo presidente Lula. Reclamou ainda de não ter o apoio de seu partido. "Como eu posso pedir o apoio do PT se nem o DEM me dá?"
Na conversa, de cerca de uma hora e meia, Rosa por diversos momentos deu dicas de como o governador deveria proceder. Chegou a dizer que, se a decisão fosse por uma renúncia, que ela ocorresse ainda ontem.
Paulo Octávio perguntou se deveria distribuir uma carta de renúncia ou fazer um pronunciamento. "Pronunciamento nas rádios e TVs locais é melhor. Uma coletiva, melhor ainda." Rosa usa a imagem do fim de um namoro como exemplo: "O senhor não liga para a namorada para terminar o namoro? Não faz só por carta. Você chama a namorada ou liga para ela", disse, reprovando a renúncia por carta.
Ao final, o governador se despede de Rosa, que deixou o local para seguir para o aeroporto, dizendo que teriam outros momentos melhores. "Muito obrigado, Mário, vai ser um dia histórico."
À Folha Rosa negou que esteja dando consultoria a Paulo Octávio. Afirmou que passou o Carnaval em Brasília e foi procurado por ele.


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