São Paulo, sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

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Presidente do TJ-DF não quer assumir governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Último na linha sucessória para exercer o comandado do governo do Distrito Federal, o presidente do Tribunal de Justiça do DF, Nívio Geraldo Gonçalves, 67, afirmou em entrevista à Folha que não vai assumir o cargo.
Dizendo-se estarrecido com a crise político-institucional em Brasília, ele alegou que o caso deve ser resolvido por "políticos, não pelo presidente do TJ".
"Sinceramente, não vou assumir. É uma crise terrível. Já estou calejado demais, não estou aqui para resolver problemas tão melindrosos. Quem assumir esse governo ficará com a pecha de péssimo administrador."
Com a prisão de José Roberto Arruda (sem partido) e a ameaça de renúncia do governador interino Paulo Octávio (DEM), o presidente do Tribunal de Justiça é o terceiro nome na sucessão para assumir o cargo. Antes dele, segundo a Lei Orgânica do Distrito Federal, estão os deputados distritais Wilson Lima (PR) e Cabo Patrício (PT), presidente e vice, respectivamente, da Câmara Legislativa do DF.
Ambos, contudo, devem ser candidatos em outubro. Se isso se confirmar, eles não poderão ficar no Executivo depois de abril. Há ainda uma pressão para que nenhum distrital assuma o governo, já que o Legislativo do DF tem ao menos 8 dos 24 integrantes envolvidos ou citados no inquérito.
Procurados, Wilson Lima e Cabo Patrício não quiseram comentar a possibilidade de assumir o Executivo.
Nascido em Montes Claros (MG), o presidente do TJ-DF diz não ter a vaidade de assumir o governo. "Em 32 anos no Judiciário, nunca vi coisa igual. Quem vai querer assumir isso?"
Para Nívio Gonçalves, o Legislativo e o Executivo do DF têm "problemas sérios". "Essa crise não foi criada pelo Judiciário." (LUCAS FERRAZ)


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