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Presidente do TJ-DF não quer assumir governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Último na linha sucessória
para exercer o comandado
do governo do Distrito Federal, o presidente do Tribunal
de Justiça do DF, Nívio Geraldo Gonçalves, 67, afirmou
em entrevista à Folha que
não vai assumir o cargo.
Dizendo-se estarrecido
com a crise político-institucional em Brasília, ele alegou
que o caso deve ser resolvido
por "políticos, não pelo presidente do TJ".
"Sinceramente, não vou
assumir. É uma crise terrível. Já estou calejado demais, não estou aqui para resolver problemas tão melindrosos. Quem assumir esse
governo ficará com a pecha
de péssimo administrador."
Com a prisão de José Roberto Arruda (sem partido) e
a ameaça de renúncia do governador interino Paulo Octávio (DEM), o presidente do
Tribunal de Justiça é o terceiro nome na sucessão para
assumir o cargo. Antes dele,
segundo a Lei Orgânica do
Distrito Federal, estão os deputados distritais Wilson Lima (PR) e Cabo Patrício
(PT), presidente e vice, respectivamente, da Câmara
Legislativa do DF.
Ambos, contudo, devem
ser candidatos em outubro.
Se isso se confirmar, eles não
poderão ficar no Executivo
depois de abril. Há ainda
uma pressão para que nenhum distrital assuma o governo, já que o Legislativo do
DF tem ao menos 8 dos 24
integrantes envolvidos ou citados no inquérito.
Procurados, Wilson Lima
e Cabo Patrício não quiseram comentar a possibilidade de assumir o Executivo.
Nascido em Montes Claros (MG), o presidente do
TJ-DF diz não ter a vaidade
de assumir o governo. "Em
32 anos no Judiciário, nunca
vi coisa igual. Quem vai querer assumir isso?"
Para Nívio Gonçalves, o
Legislativo e o Executivo do
DF têm "problemas sérios".
"Essa crise não foi criada pelo Judiciário."
(LUCAS FERRAZ)
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