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Ex-presidente refuta novas investigações da Receita Federal
Collor afirma ser vítima de
uma "campanha criminosa"
da Reportagem Local
O ex-presidente Fernando Collor de Mello se declarou vítima
de uma ``campanha política venal e criminosa patrocinada pelo Estado'' ao comentar a possibilidade de a Receita Federal
voltar a investigar seu envolvimento em possíveis irregularidades.
A declaração foi feita por Collor em entrevista exibida no
``Jornal Nacional'', da Rede
Globo, ontem à noite.
Collor disse que o caso da Receita Federal e a investigação sobre possível envolvimento de
Paulo César Farias, tesoureiro
da campanha presidencial collorida de 89, com a máfia estão
servindo para encobrir outros
escândalos.
``Isso é cortina de fumaça para
toldar o mastodôntico escândalo dos precatórios'', afirmou. Na
sequência, declarou que bancos
e Sivam é que deveriam ser alvo
de investigações.
Irritado com as perguntas da
da repórter Sônia Bridi, Collor
durante toda a conversa reeditou o estilo agressivo que o marcou na campanha de 89 e durante o processo que acabou por tirá-lo da Presidência da República.
A jornalista e o atual governo
federal foram atacados por Collor. ``Esse governo se transformou numa podridão'', disse,
por exemplo, ao argumentar
que considerava o ministro da
Justiça, Nelson Jobim, uma exceção no quadro que criticava.
Collor insistiu em que não
existe processo legal formado
para que a Receita Federal apure
nada contra ele. ``É uma patuscada.''
Máfia
Ao falar sobre PC Farias, primeiro disse que a possibilidade
de envolvimento de seu tesoureiro com a máfia não passava
de ``fantasia, devaneio, sonho
de uma noite de verão''.
Depois, ressaltou que o noticiário sobre a possível ligação de
PC com a máfia aponta para o
ano de 93, quando já não era
presidente da República. Collor
negou conhecer qualquer pessoa citada como elo entre PC e a
máfia.
``Exijo respeito pelo meu padecimento'', bradou, depois de
dar um murro na mesa. ``Querem fazer uma exumação e isso
eu não aceito'', insistiu sobre
qualquer prosseguimento ou
reabertura de investigações da
Receita Federal. O ex-presidente
declarou ainda que recorrerá à
Justiça para ``buscar'' seus direitos e, no fim, reafirmou que é
vítima de perseguição.
``Já fui investigado por 20 gerações e ficam usando um ferrinho de dentista para criarem
constrangimentos'', disse.
Collor negou ainda que já tenha definido uma data para tentar novo mandato político. ``Serei candidato quando a oportunidade aparecer'', afirmou.
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