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REVIRAVOLTA NA SUCESSÃO
Requerimento será apresentado a oposição e ao PFL, mas chances de investigação são remotas
PFL insinua desembarque de CPI do grampo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do PT na Câmara, deputado João Paulo Cunha (SP), vai
apresentar hoje o requerimento
de criação da CPI mista do grampo aos partidos de oposição e ao
PFL, mas ele próprio admite que
são remotas as chances de o Congresso abrir uma investigação.
A iniciativa do PT foi motivada
pela acusação feita pelo PFL de
envolvimento do PSDB em uma
possível espionagem contra a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, pré-candidata pefelista
à Presidência, que inclui um suposto dossiê contra ela.
"Se tiver clima, toca adiante [a
coleta de assinaturas". Se não tiver
clima, vamos deixar a proposta à
disposição dos partidos", afirmou
João Paulo. O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE),
manifestou apoio à CPI, mas não
teve respaldo da bancada do partido no Senado. Nem mesmo a
oposição na Casa se entusiasmou
com a proposta do pefelista.
O deputado Rodrigo Maia (RJ),
vice-líder do PFL, disse que o partido só vai decidir se apóia ou não
a CPI depois de ver o texto do requerimento. Segundo Maia, como a proposta é de CPI mista, a
decisão terá de ser acertada entre
os deputados e os senadores.
"Pessoalmente, quero assinar,
mas a decisão de bancada é mais
forte. E tem de ser das duas bancadas", afirmou Rodrigo Maia.
A CPI mista do grampo foi sugerida pelo PT na semana passada
para investigar escutas telefônicas
clandestinas nos últimos anos, incluindo as denúncias de grampo
nos telefones de envolvidos na
privatização do Sistema Telebrás
e na implantação do projeto Sivam (Sistema Integrado de Vigilância da Amazônia).
O PT propôs a criação de uma
CPI mista -integrada por deputados e senadores- porque na
Câmara já há uma fila de 27 para
serem instaladas. A criação de
CPI mista depende da assinatura
de 171 deputados e 27 senadores.
O líder petista reconheceu que a
proposta de criação da CPI mista
do grampo não vem encontrando
respaldo dos pefelistas, o que permitiria a sua instalação. O PFL
tem 95 deputados e 17 senadores.
"Estou cumprindo a minha
obrigação de congressista, de alguém que quer investigar essas
denúncias de "arapongagem". Se
[os pefelistas" acharem que não
devem investigar, paciência", declarou João Paulo.
Na tentativa de rebater os ataques pefelistas, o PSDB deu início
ontem a uma operação: deputados tucanos foram escalados pelo
líder Jutahy Júnior (PSDB-BA)
para fazer discursos todos os dias
cobrando a apresentação dos supostos dossiês contra a governadora do Maranhão.
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