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Dono da Fence atribui preço 8,3% mais alto a "custos operacionais"
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
O proprietário da Fence Consultoria Empresarial Limitada, o coronel da reserva Enio Fontenelle,
64, atribuiu a "custos operacionais" o preço 8,3% mais alto cobrado do Ministério da Saúde para os trabalhos de segurança eletrônica desenvolvidos pela firma.
Fontenelle disse que normalmente cobra R$ 240 por item a ser
alvo de segurança de comunicações. Cobrou do ministério R$
260. Desde 1999 a Fence presta ao
ministério serviços de segurança
eletrônica (realização de varreduras em linhas telefônicas, detectar
e desmanchar grampos).
Até dezembro de 2001, recebia
R$ 28.406,06 por mês. O contrato
para 2002, assinado em 19 de dezembro de 2001, é de R$ 1,87 milhão -até R$ 156.048 ao mês.
Os custos operacionais do contrato foram elevados, segundo o
dono da Fence, pelo fato de estarem previstos serviços em três cidades: Brasília, Rio e São Paulo.
São considerados custos operacionais passagens aéreas, aluguel
de carro e hospedagem dos técnicos responsáveis pela varredura.
Segundo Fontenelle, se o cliente
aceitar as datas sugeridas pela
empresa para execução do serviço, o custo operacional fica menor. "Se ele desejar gerenciar as
nossas datas de visita, vai fazer o
contrato com custo operacional
total. Não posso arriscar dividir os
custos se ele de repente diz: "Não,
no dia que vocês querem eu não
quero, quero na semana seguinte'", afirmou.
No caso do ministério, era o órgão que definia as datas, disse o
dono da Fence. De acordo com
ele, quando o ministério aumentou a periodicidade de ação, os
custos operacionais subiram.
Fontenelle repetiu à Folha que
sua ação inclui varreduras em 80
pontos, em média, por semana,
embora nota do ministério fale
em 600 pontos mensais.
"Quando fala em 600 pontos
mensais, isso é o teto, não significa que a gente vá fazê-los todos os
meses. Quando o ministério resolve aumentar a periodicidade,
eu volto ao mesmo item três, quatro, cinco vezes no mês. Se for dizer quantos itens são no ministério, eu vou chegar aos 80, mais ou
menos." Sobre a nota, disse: "Os
clientes, tanto quanto a imprensa
e o leitor, são neófitos, não entendem do assunto. Às vezes, dizem
impropriedades".
O coronel disse que o contrato
permite ir até 600 pontos de monitoramento ao mês, mas que
nunca chegou a cobrir tudo isso.
O R$ 1,87 milhão é disponível para o serviço, mas só os trabalhos
realizados são pagos.
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