São Paulo, terça-feira, 19 de março de 2002

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Dono da Fence atribui preço 8,3% mais alto a "custos operacionais"

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O proprietário da Fence Consultoria Empresarial Limitada, o coronel da reserva Enio Fontenelle, 64, atribuiu a "custos operacionais" o preço 8,3% mais alto cobrado do Ministério da Saúde para os trabalhos de segurança eletrônica desenvolvidos pela firma.
Fontenelle disse que normalmente cobra R$ 240 por item a ser alvo de segurança de comunicações. Cobrou do ministério R$ 260. Desde 1999 a Fence presta ao ministério serviços de segurança eletrônica (realização de varreduras em linhas telefônicas, detectar e desmanchar grampos).
Até dezembro de 2001, recebia R$ 28.406,06 por mês. O contrato para 2002, assinado em 19 de dezembro de 2001, é de R$ 1,87 milhão -até R$ 156.048 ao mês.
Os custos operacionais do contrato foram elevados, segundo o dono da Fence, pelo fato de estarem previstos serviços em três cidades: Brasília, Rio e São Paulo.
São considerados custos operacionais passagens aéreas, aluguel de carro e hospedagem dos técnicos responsáveis pela varredura.
Segundo Fontenelle, se o cliente aceitar as datas sugeridas pela empresa para execução do serviço, o custo operacional fica menor. "Se ele desejar gerenciar as nossas datas de visita, vai fazer o contrato com custo operacional total. Não posso arriscar dividir os custos se ele de repente diz: "Não, no dia que vocês querem eu não quero, quero na semana seguinte'", afirmou.
No caso do ministério, era o órgão que definia as datas, disse o dono da Fence. De acordo com ele, quando o ministério aumentou a periodicidade de ação, os custos operacionais subiram.
Fontenelle repetiu à Folha que sua ação inclui varreduras em 80 pontos, em média, por semana, embora nota do ministério fale em 600 pontos mensais.
"Quando fala em 600 pontos mensais, isso é o teto, não significa que a gente vá fazê-los todos os meses. Quando o ministério resolve aumentar a periodicidade, eu volto ao mesmo item três, quatro, cinco vezes no mês. Se for dizer quantos itens são no ministério, eu vou chegar aos 80, mais ou menos." Sobre a nota, disse: "Os clientes, tanto quanto a imprensa e o leitor, são neófitos, não entendem do assunto. Às vezes, dizem impropriedades".
O coronel disse que o contrato permite ir até 600 pontos de monitoramento ao mês, mas que nunca chegou a cobrir tudo isso. O R$ 1,87 milhão é disponível para o serviço, mas só os trabalhos realizados são pagos.



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