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São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 2003

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Ruralistas preparam carta a Lula por verem influência crescente do MST

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Ruralistas reunidos hoje em Cuiabá (MT) irão elaborar um documento endereçado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mostrando preocupação por acreditarem que há uma influência crescente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na política agrária do governo petista.
O pecuarista Ricardo Castro Cunha, 58, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Mato Grosso, um dos organizadores do encontro, disse que a idéia é aprovar a "Carta de Cuiabá", na qual haverá "idéias e subsídios ao governo Lula na questão agrária".
Participarão do encontro representantes da Sociedade Rural Brasileira, da UDR (União Democrática Ruralista) nacional, da UDR-Noroeste do Paraná, do Movimento Nacional dos Produtores, de Mato Grosso do Sul, da Associação Democrática dos Produtores de Minas Gerais e de federações de agricultores.
Cunha disse que o momento atual é grave e que o governo "não pode matar a galinha de ovos de ouro" e deixar que o setor rural seja desestabilizado. "A eficiência do agronegócio nacional já está provada, não podemos deixar essa eficiência se perder por atropelos e conflitos", disse.
Segundo Cunha, a classe rural está disposta a participar de um programa de reforma agrária, "mas com diálogo, moderação e não com o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] virando gabinete político do MST" -referência às indicações de pessoas ligadas aos sem-terra para as superintendências do Incra nos Estados.
"Não iremos permitir tumultos e pressões e iremos até as últimas consequências, dentro do que a lei permite, para defender nossos interesses", afirmou. A reunião dos ruralistas será fechada.


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