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Ruralistas preparam carta a Lula por verem influência crescente do MST
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
Ruralistas reunidos hoje em
Cuiabá (MT) irão elaborar um
documento endereçado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
mostrando preocupação por
acreditarem que há uma influência crescente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) na política agrária do governo petista.
O pecuarista Ricardo Castro
Cunha, 58, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Mato Grosso, um dos organizadores
do encontro, disse que a idéia é
aprovar a "Carta de Cuiabá", na
qual haverá "idéias e subsídios ao
governo Lula na questão agrária".
Participarão do encontro representantes da Sociedade Rural Brasileira, da UDR (União Democrática Ruralista) nacional, da UDR-Noroeste do Paraná, do Movimento Nacional dos Produtores,
de Mato Grosso do Sul, da Associação Democrática dos Produtores de Minas Gerais e de federações de agricultores.
Cunha disse que o momento
atual é grave e que o governo "não
pode matar a galinha de ovos de
ouro" e deixar que o setor rural
seja desestabilizado. "A eficiência
do agronegócio nacional já está
provada, não podemos deixar essa eficiência se perder por atropelos e conflitos", disse.
Segundo Cunha, a classe rural
está disposta a participar de um
programa de reforma agrária,
"mas com diálogo, moderação e
não com o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária] virando gabinete político do MST" -referência às indicações de pessoas ligadas aos
sem-terra para as superintendências do Incra nos Estados.
"Não iremos permitir tumultos
e pressões e iremos até as últimas
consequências, dentro do que a
lei permite, para defender nossos
interesses", afirmou. A reunião
dos ruralistas será fechada.
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