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Mesmo sem mandato, 20
ex-deputados ainda usam
apartamentos funcionais
Lula Marques/Folha Imagem
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Fachadas de apartamentos que são usados irregularmente por ex-deputados em Brasília |
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem mandato desde 1º de
fevereiro, um grupo de 20 ex-deputados continuava, até o
fim de semana passado, de
posse dos apartamentos funcionais da Câmara que foram
usados durante o mandato.
As justificativas para a irregularidade vão desde dificuldades com a mudança até o
caso de um ex-parlamentar
que espera reassumir o mandato com a ida de um colega
para o ministério.
No total, 65 ex-deputados
desrespeitaram o prazo de
devolução, 2 de março, um
mês após o fim dos mandatos.
Entre os que continuam
com os apartamentos, sete foram acusados de envolvimento na máfia dos sanguessugas,
como Nilton Capixaba (PTB-RO), apontado pela Polícia
Federal como um dos líderes
do esquema. "Já estou saindo.
Estou conseguindo local para
mudar", afirmou Capixaba.
Alguns ex-deputados disseram que a quarta secretaria,
responsável pela administração dos apartamentos, autorizou um prazo extra.
Para o quarto secretário,
José Carlos Machado (PFL-BA), é melhor tentar a devolução por meio de acordo,
desde que em tempo não
muito extenso, sob pena de
passar anos brigando na Justiça. Na semana passada, a
Mesa da Câmara decidiu dar
início às desapropriações.
Derrotados na eleição em
outubro, os ex-deputados tiveram cinco meses para preparar a mudança. A Câmara
possui 432 apartamentos,
que têm entre 196 a 220 metros quadros, e ficam na área
central de Brasília.
"Na primeira semana de
abril, estou fora", prometeu
Feu Rosa (PP-ES), que diz ter
obtido prazo extra, assim como Pastor Pedro Ribeiro
(PSC-TO). "Sou suplente de
coligação em que está Eunício Oliveira e Ciro Gomes. Pedi paciência à Casa. Estou
com esperança de assumir,
caso um deles saia ministro",
explicou Ribeiro. O ex-deputado Antonio Joaquim
(PSDB-MA) disse que "tem
apartamento vago, não está
prejudicando ninguém."
Já Carlos Batata (PFL-PE)
afirmou ter solicitado à secretaria uma forma de pagar pelos dias a mais que ficou.
Eleito para o Tribunal de
Contas da União, Aroldo Cedraz (PFL-BA) enviou requerimento à Casa pedindo para
ficar no apartamento até junho. O pedido foi negado.
(LETÍCIA SANDER E RANIER BRAGON)
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