DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado informou números errados sobre o total de diretorias na Casa. Anteontem havia sido anunciado que eram 136. Ontem, o Senado informou que são 181 servidores com status de diretor. A Casa tem 81 senadores, o que significa mais de dois diretores para cada congressista. A assessoria de comunicação do Senado não informou o motivo da mudança no número.
Entre as diretorias estão a de Redação da Ordem do Dia, responsável por preparar as votações em plenário, e a Diretoria de Autógrafos, responsável pela elaboração de documento oficial do que é aprovado no plenário para ser encaminhado a outros poderes.
Nos últimos oito anos, o Senado viu saltar de 32 para 181 o número de cargos de direção. Até 2001 eram 32 diretorias, mas uma decisão do então presidente da Casa e atual ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), aliado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), abriu caminho para a criação de 149 novas diretorias.
Lobão assumiu o comando da Casa por um mês em 2001, com a renúncia de Jader Barbalho (PMDB-PA), até a eleição de Ramez Tebet para a vaga. Um dos atos do maranhense foi transformar a Subsecretaria de Recursos Humanos em secretaria, o que garantiu status de diretor a João Carlos Zoghibi.
O servidor deixou o cargo na semana passada após denúncia de que cedeu apartamento do Senado para seu filho, que não trabalha na Casa.
A partir da decisão, outros subsecretários que tinham apoio político na Casa também conseguiram transformar seus cargos em secretaria e virar diretor. Apesar de se dizerem surpresos, os senadores aprovaram a criação das diretorias em plenário.
Até mesmo funcionários do Senado não concursados têm cargo de diretor. É o caso de Tania Fusco, assessora de imprensa da senadora Roseana Sarney (PMDB-MA).
Por indicação de Sarney, ela é diretora de Subsecretaria de Divulgação desde 2003. Sobre a atividade ao lado de Roseana, ela disse que sempre acompanhou a senadora, mas que seu cargo é de diretora e sua função atualmente é atender a imprensa, embora essa função seja feita por outras jornalistas.
A Secretaria de Coordenação Técnica e Relações Institucionais também foi criada em 2005 por Renan Calheiros (PMDB-AL), quando ele era presidente do Senado, para acomodar Helder Medeiro Rebouças. Na época, Renan disse que a secretaria era para "coordenar os trabalhos técnicos e de relacionamento institucional da presidência".


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