DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE

Hostilizado na véspera por manifestantes em Francisco Morato (SP), o governador de São Paulo e potencial candidato à Presidência, José Serra (PSDB), cancelou ontem, em cima da hora, sua participação numa inauguração na capital.
Serra nega que tenha sido para escapar de novos protestos. Mas o presidente municipal do PMDB, Bebeto Haddad, conta que estava ao lado da subprefeita de Pirituba, Andréa Pelizari, quando ela recebeu um telefonema do Palácio dos Bandeirantes, logo depois do meio-dia.
"Preferiram evitar um novo tumulto", disse Bebeto. Assim como na véspera, um grupo de menos de 50 manifestantes, liderados pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), compareceu à inauguração de um viaduto do complexo viário Jaraguá.
Anunciada a presença de Serra, seguranças e assessores do governador já estavam no local. Depois, foram informados que ele não iria mais.
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) e Serra deram justificativas diferentes. Kassab disse que fora avisado da ausência na noite anterior. Serra, por sua vez, alegou que vistoriava obras e que não pôde comparecer, até porque tinha dormido até tarde.
Num evento fechado, no Palácio dos Bandeirantes, ele minimizou o movimento grevista. "Não tem movimento de greve. É marketing para a imprensa noticiar".
Na inauguração, Kassab e tucanos reagiram aos manifestantes. Chamado de mentiroso por atribuir a obra ao esforço de Serra, o deputado José Anibal rebateu.
"Mentiroso é quem vende cooperativa para bancário, que rouba companheiro de banco. É a quadrilha da Bancoop, chefiada pelo PT", disse.
Sob gritos e apitos, Kassab pediu uma "salva de palmas para os bons professores que estão nas salas de aula". No encerramento, Kassab e tucanos acionaram, na direção dos manifestantes, as buzinas tradicionalmente usadas nas inaugurações. (CATIA SEABRA e YGOR SALLES)


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