|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Tesoureiro do PT é convocado a depor em CPI
João Vaccari Neto é investigado por desvio de recursos na Bancoop e será obrigado a comparecer à comissão das ONGs
Também foram aprovados convites para promotor que investiga o escândalo, para doleiro e para o irmão de
ex-presidente da cooperativa
RENAN RAMALHO
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição na CPI da ONGs
conseguiu aprovar a convocação para depor do tesoureiro do
PT, João Vaccari Neto -acusado de desviar recursos da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários) para campanhas eleitorais.
Senadores do PSDB e do
DEM também aprovaram requerimentos de convite para
ouvir o promotor do Ministério
Público do Estado de São Paulo, José Carlos Blat, que investiga o caso, o doleiro Lúcio Funaro, e o irmão do ex-presidente da Bancoop, Hélio Malheiro.
Instalada em outubro de
2007, com pouca atividade e
quase esquecida, a CPI das
ONGs foi prorrogada pela quinta vez. Agora, irá funcionar até
setembro deste ano.
"[A CPI] Estava quase morta,
nem eu acreditava mais", disse
Heráclito Fortes (DEM-PI), segundo presidente da comissão
depois que Raimundo Colombo (DEM-SC) saiu em 2008.
Relator da comissão, Inácio
Arruda (PC do B-CE) criticou a
manobra oposicionista. "A CPI
não pode ser objeto de uma coisa ou outra a cada dia que alguém ache interessante. A Bancoop nem é uma ONG. Agora
não há mais nada a fazer [para
evitar os depoimentos]", disse.
Como foram convidados,
Blat, Malheiro e Funaro não
são obrigados a comparecer ao
Senado. Vaccari, no entanto, foi
convocado -o que torna sua
presença obrigatória. A Folha
apurou que o tesoureiro será
orientado a permanecer calado
em seu depoimento.
Heráclito marcou os depoimentos de Blat e Vaccari para a
próxima terça-feira. O promotor será ouvido pela manhã e o
tesoureiro pela tarde.
Acusações
Presidente licenciado da
Bancoop, Vaccari é acusado de
repassar recursos da cooperativa para os cofres de campanhas
petistas. Ele nega. A Bancoop
tem uma dívida estimada em
cerca de R$ 100 milhões e deixou de entregar imóveis aos
cooperados. Dos 53 empreendimentos prometidos, 19 não
saíram do papel.
Blat é responsável pelas investigações. Após fazer acordo
de delação premiada, o doleiro
Funaro tornou-se a principal
testemunha do caso.
De acordo depoimento dele
em inquérito na Procuradoria-Geral da República, os recursos
da Bancoop seriam utilizados
para abastecer o esquema do
mensalão.
Irmão do ex-presidente da
Bancoop, Hélio Malheiro também é testemunha de acusação.
Segundo a oposição, ele contou
ao Ministério Público que o irmão repassou recursos da Bancoop para uma ONG. Hélio está
incluído no programa de proteção a testemunhas.
Outra acusação diz respeito
ao uso de dinheiro de fundos de
pensão para abastecer a Bancoop. De acordo com um dos
requerimentos apresentados
pela oposição, a cooperativa
"teria sido socorrida, em 2004,
por uma imprudente aplicação
de recursos, no montante de R$
26 milhões, patrocinados pelos
fundos de pensão públicos da
Previ, Petros e Funcef".
Texto Anterior: PMDB traça programa e nega "prato feito" do PT Próximo Texto: Caso Celso Daniel: STF concede habeas corpus a três acusados Índice
|