São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 2000


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ELEIÇÕES
Ex-prefeito confirma lançamento de candidatura e afirma que não usará programa na televisão para se defender
"Sou candidato para ganhar", diz Maluf

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente nacional do PPB, Paulo Maluf, afirmou ontem que as críticas que recebe de outros candidatos à Prefeitura de São Paulo são de quem "nada fez" ou de quem "não tem programa de governo".
"Sou candidato para ganhar. Sou um construtor e tenho responsabilidade de resolver os problemas da cidade", disse Maluf à Folha numa entrevista telefônica na tarde de ontem, confirmando o lançamento de sua candidatura a prefeito de São Paulo.
Essa é uma síntese de como deve ser o tom da campanha de Maluf, cujo anúncio oficial será hoje, conforme a Folha antecipou em sua edição de terça-feira.
Maluf consultou três publicitários sobre como deveria fazer sua campanha -Nelson Biondi, Chico Santa Rita e Ênio Mainardi. Todos lhe disseram mais ou menos a mesma coisa. Deve usar ao máximo sua imagem de "político fazedor" para recuperar os eleitores que perdeu por causa de acusações recentes.
Por conta das conversas com publicitários, vai se negar a usar seus programas apenas para responder a ataques e se defender das críticas dos adversários. Essa estratégia só ocupará parte de sua propaganda na TV.
"Dizem que sou candidato para me defender. Não é verdade. Tenho a responsabilidade de ganhar e novamente resolver os problemas da cidade", diz Maluf.
Essa é resposta-padrão do candidato do PPB, não importa o conteúdo da pergunta, toda vez que é indagado sobre os recentes escândalos envolvendo sua passagem mais recente pela Prefeitura de São Paulo (93 a 96).
Com a candidatura na rua, o próximo passo de Maluf é viabilizar um arco de partidos que poderia apoiá-lo. Os contatos feitos até agora foram preliminares.
Maluf dedicou-se nas últimas semanas a estudar pesquisas de opinião e a falar com especialistas em campanhas eleitorais. Contratou o norte-americano James Carville, que já o ajudou em campanhas anteriores -e foi um dos marqueteiros do presidente dos EUA, Bill Clinton.
Durante a campanha, Maluf usará imagens de obras viárias concluídas durante seu mandato. Tentará tirar proveito da sua idade (68 anos; terá 69 no dia da eleição). Dirá ser necessária experiência para governar a cidade.
Ninguém deve estranhar se o ex-prefeito abandonar o hábito de pintar o cabelo. Poderá aparecer ligeiramente grisalho em sua propaganda de TV.
A partir de hoje, Maluf deve autorizar seus aliados a procurar outros partidos oficialmente para eventuais alianças.
Em público, o candidato nega essa estratégia e diz estar satisfeito com os cerca de quatro minutos que terá diariamente na TV, no horário eleitoral gratuito.
Os malufistas acreditam, entretanto, que a campanha paulistana afunilará a partir de agora. Imaginam que restarão, num primeiro momento, três candidatos fortes: Maluf, Marta Suplicy (PT) e Luiza Erundina (PSB).
Daqui a dois ou três meses, a esperança dos estrategistas de Maluf é que a campanha fique polarizada entre o candidato do PPB e apenas uma das duas postulantes da oposição.
Não há consenso entre os malufistas sobre quem seria a adversária menos pior de enfrentar num eventual segundo turno. A amigos, segundo a Folha apurou, Maluf diz acreditar que se for para o segundo turno disputará contra a petista Marta Suplicy.


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