|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES
Ex-prefeito confirma lançamento de candidatura e afirma que não usará programa na televisão para se defender
"Sou candidato para ganhar", diz Maluf
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente nacional do PPB,
Paulo Maluf, afirmou ontem que
as críticas que recebe de outros
candidatos à Prefeitura de São
Paulo são de quem "nada fez" ou
de quem "não tem programa de
governo".
"Sou candidato para ganhar.
Sou um construtor e tenho responsabilidade de resolver os problemas da cidade", disse Maluf à
Folha numa entrevista telefônica
na tarde de ontem, confirmando
o lançamento de sua candidatura
a prefeito de São Paulo.
Essa é uma síntese de como deve ser o tom da campanha de Maluf, cujo anúncio oficial será hoje,
conforme a Folha antecipou em
sua edição de terça-feira.
Maluf consultou três publicitários sobre como deveria fazer sua
campanha -Nelson Biondi, Chico Santa Rita e Ênio Mainardi.
Todos lhe disseram mais ou menos a mesma coisa. Deve usar ao
máximo sua imagem de "político
fazedor" para recuperar os eleitores que perdeu por causa de acusações recentes.
Por conta das conversas com
publicitários, vai se negar a usar
seus programas apenas para responder a ataques e se defender
das críticas dos adversários. Essa
estratégia só ocupará parte de sua
propaganda na TV.
"Dizem que sou candidato para
me defender. Não é verdade. Tenho a responsabilidade de ganhar
e novamente resolver os problemas da cidade", diz Maluf.
Essa é resposta-padrão do candidato do PPB, não importa o
conteúdo da pergunta, toda vez
que é indagado sobre os recentes
escândalos envolvendo sua passagem mais recente pela Prefeitura
de São Paulo (93 a 96).
Com a candidatura na rua, o
próximo passo de Maluf é viabilizar um arco de partidos que poderia apoiá-lo. Os contatos feitos
até agora foram preliminares.
Maluf dedicou-se nas últimas
semanas a estudar pesquisas de
opinião e a falar com especialistas
em campanhas eleitorais. Contratou o norte-americano James
Carville, que já o ajudou em campanhas anteriores -e foi um dos
marqueteiros do presidente dos
EUA, Bill Clinton.
Durante a campanha, Maluf
usará imagens de obras viárias
concluídas durante seu mandato.
Tentará tirar proveito da sua idade (68 anos; terá 69 no dia da eleição). Dirá ser necessária experiência para governar a cidade.
Ninguém deve estranhar se o
ex-prefeito abandonar o hábito de
pintar o cabelo. Poderá aparecer
ligeiramente grisalho em sua propaganda de TV.
A partir de hoje, Maluf deve autorizar seus aliados a procurar outros partidos oficialmente para
eventuais alianças.
Em público, o candidato nega
essa estratégia e diz estar satisfeito
com os cerca de quatro minutos
que terá diariamente na TV, no
horário eleitoral gratuito.
Os malufistas acreditam, entretanto, que a campanha paulistana
afunilará a partir de agora. Imaginam que restarão, num primeiro
momento, três candidatos fortes:
Maluf, Marta Suplicy (PT) e Luiza
Erundina (PSB).
Daqui a dois ou três meses, a esperança dos estrategistas de Maluf é que a campanha fique polarizada entre o candidato do PPB e
apenas uma das duas postulantes
da oposição.
Não há consenso entre os malufistas sobre quem seria a adversária menos pior de enfrentar num
eventual segundo turno. A amigos, segundo a Folha apurou, Maluf diz acreditar que se for para o
segundo turno disputará contra a
petista Marta Suplicy.
Texto Anterior: Segurança: Para ministro, secretaria não é "simbólica" Próximo Texto: Decisão é encarada como resposta à provocação Índice
|