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Investigação envolve mais 3 construtoras
Polícia Federal sugere que a Queiroz Galvão teria feito acordo com a Gautama para vencer licitação viciada no Maranhão
Contratos com outras duas empreiteiras -uma do Rio Grande do Sul e outra de São
Paulo- também são objeto de investigação pela PF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Nas 65 páginas em que resume as investigações da Polícia
Federal e em que ordena a prisão de 48 suspeitos, a ministra
do Superior Tribunal de Justiça Eliana Calmon descreve circunstâncias que levantam suspeitas contra outras três empreiteiras, além da Gautama.
O relato mais contundente se
refere à pernambucana Queiroz Galvão, hoje com sede no
Rio de Janeiro. Segundo a PF, a
empreiteira teria entrado em
acordo com a Gautama para
vencer uma licitação viciada no
Maranhão, de R$ 153 milhões,
para pavimentação da BR-402.
"Após complicadas negociações, foi publicado edital de licitação no dia 8 de novembro
de 2006, figurando como habilitada a construtora Queiroz
Galvão, sendo excluída a Gautama dentro de uma acomodação já prevista pela organização, sendo certo que a vencedora sempre esteve como parceira da Gautama", diz o relato.
"[Há] indícios de que a minuta do convênio tenha sido elaborada por Geraldo Magela
[então assessor do governo do
Maranhão] e por Carlos Oliveira, representante da construtora Queiroz Galvão", diz o texto.
O responsável em dar a palavra final sobre o contrato seria
o procurador-geral do Maranhão na ocasião, Ulisses César
Martins de Souza, preso pela
PF. "Às vésperas da celebração
do convênio, o procurador-geral de Justiça comunicou a Vicente Coni [representante da
Gautama, também preso] que
pretendia direcionar a licitação
para outra empresa, a construtora Sutelpa [do Rio Grande do
Sul], alteração devida ao não-cumprimento dos compromissos por parte da organização
criminosa (pagamento de propina)", diz o relato de Calmon.
Segundo gravações, Vicente
Coni comunica ao chefe, Zuleido Veras, que o procurador-geral "quer fazer uma sacanagem,
quer fazer um novo negócio".
"É um Estado sem dono", diz
Veras. Apesar disso, o dono da
Gautama teria enviado emissários para contornar a situação.
No final, acaba vencendo a
Queiroz Galvão, supostamente
em conluio com a Gautama.
Já a menção à construtora
Cogente, do interior de São
Paulo, se refere a um contrato
de R$ 38 milhões para a rede de
esgoto em Sinop (MT) feito pela prefeitura local. "A realização dos serviços seria feita pelo
consórcio Gautama/Cogente,
conforme contrato firmado
com a Prefeitura de Sinop", diz
o texto do STJ: "Havia certeza
por parte do grupo de que a
execução da obra já estava dirigida à empresa Gautama".
(RANIER BRAGON E FÁBIO ZANINI)
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