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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Ciro Garotinho e Serra prometem órgão específico para o setor
Candidatos dizem que vão financiar construção civil
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os candidatos à Presidência que
participaram ontem de evento da
construção civil, em Brasília,
-Anthony Garotinho (PSB), Ciro Gomes (PPS) e José Serra
(PSDB)- se comprometeram
com duas das principais reivindicações do setor: liberar os recursos da poupança e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) apenas para o financiamento de habitações e saneamento e
centralizar as decisões em um
único órgão.
O encontro foi promovido pela
CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil), que
apresentou suas propostas econômicas e políticas para o setor aos
candidatos. O setor representa
17% do PIB (Produto Interno
Bruto) e emprega 10 milhões de
pessoas.
O candidato petista, Luiz Inácio
Lula da Silva, alegou problemas
de agenda e não compareceu. Ele
disse que irá em outra data, e a câmara aceitou.
Ciro foi quem mais empolgou a
platéia de cerca de 500 empresários e especialistas na área ao propor a criação do Ministério da Habitação e do Urbanismo.
O candidato do PPS prometeu
construir 300 mil casas populares.
"Já até sei de onde sairão os recursos: dos R$ 2 bilhões que esse governo gastou com pagamento de
passagens aéreas e hospedagem
de funcionários públicos e R$1,3
bilhão com publicidade".
Serra também arrancou aplausos ao prometer universalizar o
acesso a água, dobrar a rede de
tratamento de esgoto e reduzir a
carga tributária sobre os financiamentos habitacionais.
Mas a idéia de criar uma Secretaria Executiva de Habitação ligada à Presidência decepcionou o
público. "Todos os países da
América Latina têm um ministério da habitação e a nossa experiência com a atual Secretaria Especial do Desenvolvimento Urbano é a pior possível", disse Roberto Kauffamann, presidente do
Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro.
Garotinho prometeu criar uma
cesta básica para a construção civil e o Ministério da Casa Própria,
mas não transmitiu credibilidade
ao público de especialistas, segundo empresários.
O presidente da CBIC, Luis Roberto Ponte, pediu aos candidatos
que cumpram os contratos, caso
sejam eleitos. Segundo ele, o governo atrasa pagamentos, o que
aumenta os preços aos consumidores.
De acordo com a CBIC, há um
déficit de cerca de 6 milhões de
habitações no Brasil. "A Constituição garante que 65% dos recursos da poupança sejam usados
para financiamento da habitação,
queremos elevar esse percentual
para 100% e que os recursos do
FGTS não sejam utilizados para
fazer política financeira", disse
Ponte, que recebeu convite de
Serra para chefiar a nova secretaria, caso o tucano seja eleito.
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