São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Ciro Garotinho e Serra prometem órgão específico para o setor

Candidatos dizem que vão financiar construção civil

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os candidatos à Presidência que participaram ontem de evento da construção civil, em Brasília, -Anthony Garotinho (PSB), Ciro Gomes (PPS) e José Serra (PSDB)- se comprometeram com duas das principais reivindicações do setor: liberar os recursos da poupança e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) apenas para o financiamento de habitações e saneamento e centralizar as decisões em um único órgão.
O encontro foi promovido pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil), que apresentou suas propostas econômicas e políticas para o setor aos candidatos. O setor representa 17% do PIB (Produto Interno Bruto) e emprega 10 milhões de pessoas.
O candidato petista, Luiz Inácio Lula da Silva, alegou problemas de agenda e não compareceu. Ele disse que irá em outra data, e a câmara aceitou.
Ciro foi quem mais empolgou a platéia de cerca de 500 empresários e especialistas na área ao propor a criação do Ministério da Habitação e do Urbanismo.
O candidato do PPS prometeu construir 300 mil casas populares. "Já até sei de onde sairão os recursos: dos R$ 2 bilhões que esse governo gastou com pagamento de passagens aéreas e hospedagem de funcionários públicos e R$1,3 bilhão com publicidade".
Serra também arrancou aplausos ao prometer universalizar o acesso a água, dobrar a rede de tratamento de esgoto e reduzir a carga tributária sobre os financiamentos habitacionais.
Mas a idéia de criar uma Secretaria Executiva de Habitação ligada à Presidência decepcionou o público. "Todos os países da América Latina têm um ministério da habitação e a nossa experiência com a atual Secretaria Especial do Desenvolvimento Urbano é a pior possível", disse Roberto Kauffamann, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro.
Garotinho prometeu criar uma cesta básica para a construção civil e o Ministério da Casa Própria, mas não transmitiu credibilidade ao público de especialistas, segundo empresários.
O presidente da CBIC, Luis Roberto Ponte, pediu aos candidatos que cumpram os contratos, caso sejam eleitos. Segundo ele, o governo atrasa pagamentos, o que aumenta os preços aos consumidores.
De acordo com a CBIC, há um déficit de cerca de 6 milhões de habitações no Brasil. "A Constituição garante que 65% dos recursos da poupança sejam usados para financiamento da habitação, queremos elevar esse percentual para 100% e que os recursos do FGTS não sejam utilizados para fazer política financeira", disse Ponte, que recebeu convite de Serra para chefiar a nova secretaria, caso o tucano seja eleito.


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