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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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Presidente de TJ vê "ataque à democracia"

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do TJ (Tribunal de Justiça) do Rio de Janeiro, Miguel Pachá, disse ontem que os integrantes do Judiciário não podem ser comparados a cortadores de cana e, ao atacar a proposta de reforma da Previdência, comparou o governo e seus aliados no Congresso a "agoureiros que vivem pregando a maledicência, a desagregação entre os poderes" .
Na véspera, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia dito que, enquanto os cortadores de cana trabalham até 60 anos, uma procuradora do Estado pode se aposentar com 47, e os professores universitários, com 53.
"Eu discordo dessa comparação, com todo o respeito aos cortadores de cana. Eu, por exemplo, não sei cortar cana, mas eles [os cortadores] não sabem julgar, fazer justiça", disse Pachá, que informou ganhar R$ 17 mil por mês, salário igual ao do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).
"Nós gostaríamos que ele [Lula] criasse emprego para todo mundo pagando 17 mil reais. O fato é que se deveria igualar por cima, e não por baixo", afirmou.
"O Judiciário é o bastião da democracia. Toda vez que se quer atacar a democracia, se ataca o Poder Judiciário. O mesmo PT, que hoje procura fazer essas reformas, ingressou com mais de cem ações de arguição de constitucionalidade contra atos do governo anterior por achar que violavam seus direitos", criticou.
As declarações de Pachá foram dadas durante uma inauguração, ao lado do secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho, que está sendo ameaçado de expulsão do PSB por fazer críticas públicas ao governo Lula.


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