São Paulo, sábado, 19 de junho de 2004

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PAINEL

Pura e simples
A votação do salário mínimo no Senado teve lances de chantagem explícita. João Alberto (PMDB) marcou hora para Aldo Rebelo entregar a cabeça de um diretor do Ibama no Maranhão. Do contrário, não apareceria para votar. Não apareceu.

Meu jeito
De José Sarney, a quem observa que todo o seu grupo rejeitou os R$ 260: "Nunca fui de impor nada aos outros, muito menos a Roseana, que ninguém segura. Tenho um estilo. Quando as coisas estão difíceis, eu reconheço".

Enfermaria
A semana terminou com o reconhecimento da força de Sarney no Senado. O saldo não foi tão bom para sua saúde: ontem, um cálculo renal o atormentava.

Sorriso amarelo
Renan Calheiros deixou o Senado de fininho após a derrota do governo no salário mínimo. "A festa hoje é da oposição", justificou o líder do PMDB na Casa.

PT saudações 1
Os petistas e seus modos conciliadores. Na tarde de quinta, com o governo desesperado à caça de votos, José Genoino dizia a Heráclito Fortes (PI), em tom superior, que o PFL "não tem autoridade para dar aumento ao salário mínimo".

PT saudações 2
Finda a votação do mínimo no Senado, a TV Câmara tentou colocar frente a frente os líderes do governo, Professor Luizinho, e do PFL, José Carlos Aleluia. O segundo topou de pronto. O petista agradeceu, mas pulou fora: "Não é hora de debate".

Tributo singelo
A enroscada votação do salário mínimo em Brasília fez a Assembléia da Bahia adiar o evento que promoveria anteontem para agraciar ACM e Cesar Borges com a comenda Deputado Luís Eduardo Magalhães. Nada menos do que 700 convites já haviam sido distribuídos.

O sonho acabou
Toninha Palocci está prestes a desistir de disputar a vice-prefeitura ou uma vaga de vereadora em Ribeirão Preto. No entender do PT, um escorregão da mãe candidata atingiria o filho ministro. Filiada desde a década de 80, ela seguirá ativa na política local, porém sem mandato.

Palanque estrelado
José Dirceu e Luiz Dulci devem prestigiar amanhã o lançamento da candidatura de Fernando Pimentel à reeleição em Belo Horizonte. Com passagens pagas pelo PT, de acordo com o figurino traçado pelo Planalto para a participação de ministros na campanha deste ano.

Renda mínima
O Planalto liberou a presença de ministros nos palanques, mas pediu que observem os limites legais. O governo não arca com transporte e diárias. Pode, no máximo, deixar um segurança com o convidado ilustre.

A vítima pode ser você
Instrução não-escrita, específica para os ministros dos partidos aliados de Lula: não deixe que a campanha prejudique sua relação com o governo federal.

Águas passadas
Gilberto Kassab, presidente do PFL paulista e cotado para vice na chapa de José Serra, tenta hoje uma reaproximação com Romeu Tuma, estremecido com o comando do partido desde que sua pré-candidatura a prefeito de São Paulo foi implodida.

Pelo menos
Pefelistas pedem aos tucanos paulistas que, em nome do bom entendimento entre as siglas, abdiquem da cabeça-de-chapa em Jacareí e São José Rio Preto.

Não me comprometa
O irmão caçula de Ciro Gomes, Ivo (PPS), foge do posto de vice de Inácio Arruda em Fortaleza. Acha que, se estiver na chapa, uma eventual derrota do candidato do PC do B será também do clã, como aconteceu com a malograda campanha da ex-mulher do ministro em 2000.

TIROTEIO

Do presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), sobre o atraso no pagamento das prestações do futuro avião da Presidência:
-Nunca vi pagar avião antes de receber. Isso não é consórcio.

CONTRAPONTO

Hora da sesta

A posse do ministro Nelson Jobim na presidência do Supremo Tribunal Federal, no dia 3 passado, foi prestigiada por grande número de governadores, senadores, deputados, advogados e magistrados.
Devido à duração, várias das autoridades "pescaram" ao longo da cerimônia. Algumas foram flagradas pelas lentes de fotógrafos e cinegrafistas. Entre os sonolentos estavam os tucanos Geraldo Alckmin e José Serra.
Quem mais chamou a atenção foi Luiz Henrique, governador de Santa Catarina. Em sua luta contra o sono, o peemedebista pedia a seu ajudante-de-ordens, entre um cochilo e outro, um copo de água e um café.
Foram tantas as idas e vindas do rapaz que uma parlamentar sentada próxima ao governador não resistiu e comentou:
-É melhor ele desistir, ou o ajudante-de-ordens deixar logo uma moringa no colo dele!


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