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ALDO, O DERROTADO
"Senado sempre
foi a Casa mais conservadora"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política), responsável pela articulação política do governo,
jogou ontem sua derrota na votação do salário mínimo na conta
da composição de forças do Senado. Ele disse estar seguro de que a
Câmara apoiará o governo porque ela é mais "progressista".
"Sabemos que o Senado sempre
foi uma Casa mais conservadora,
onde um governo progressista como o de Lula teria naturalmente
mais dificuldade para alcançar a
maioria", disse ele.
Seguindo esse raciocínio, Aldo
fez uma análise das bancadas dos
partidos no Senado. "A renovação [no Senado] não foi completa
nas últimas eleições. Não é por
acaso que enquanto na Câmara o
PT é o primeiro partido e o PFL
tem uma posição mais singela, no
Senado o PT é o terceiro e o PFL é
muito forte. A questão da política
explica por que o governo, apesar
do esforço, não conseguiu construir sua maioria no Senado."
O ministro tentou passar otimismo ao visitar o presidente da
Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), em seu gabinete, já articulando a votação do salário mínimo
na próxima semana. "Temos confiança de que a base do governo
na Câmara, que aprovou o salário
mínimo na votação anterior, vai
aprovar mais uma vez, repondo
aquilo que já tinha sido aprovado
[R$ 260]. Os líderes acreditam
que é possível aprovar e até ter
uma margem de voto superior."
O governo também já tem argumento para tentar desmontar a
reclamação dos deputados de que
a condição de apoio aos R$ 260,
considerado baixo, era o Senado
não modificar esse valor, faturando politicamente.
"A posição era que o governo
não negociaria nem mudaria de
posição no Senado. O governo foi
derrotado, mas defendeu sua posição até o fim. Não conseguiu
aprová-la", disse Aldo Rebelo.
João Paulo foi na mesma linha.
"Foi uma mudança feita pelo Senado sem a combinação e sem o
consentimento do governo. O
combinado do Executivo com a
Câmara está mantido, que são os
R$ 260", afirmou.
(FK)
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