São Paulo, sábado, 19 de junho de 2004

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ALDO, O DERROTADO

"Senado sempre foi a Casa mais conservadora"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política), responsável pela articulação política do governo, jogou ontem sua derrota na votação do salário mínimo na conta da composição de forças do Senado. Ele disse estar seguro de que a Câmara apoiará o governo porque ela é mais "progressista".
"Sabemos que o Senado sempre foi uma Casa mais conservadora, onde um governo progressista como o de Lula teria naturalmente mais dificuldade para alcançar a maioria", disse ele.
Seguindo esse raciocínio, Aldo fez uma análise das bancadas dos partidos no Senado. "A renovação [no Senado] não foi completa nas últimas eleições. Não é por acaso que enquanto na Câmara o PT é o primeiro partido e o PFL tem uma posição mais singela, no Senado o PT é o terceiro e o PFL é muito forte. A questão da política explica por que o governo, apesar do esforço, não conseguiu construir sua maioria no Senado."
O ministro tentou passar otimismo ao visitar o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), em seu gabinete, já articulando a votação do salário mínimo na próxima semana. "Temos confiança de que a base do governo na Câmara, que aprovou o salário mínimo na votação anterior, vai aprovar mais uma vez, repondo aquilo que já tinha sido aprovado [R$ 260]. Os líderes acreditam que é possível aprovar e até ter uma margem de voto superior."
O governo também já tem argumento para tentar desmontar a reclamação dos deputados de que a condição de apoio aos R$ 260, considerado baixo, era o Senado não modificar esse valor, faturando politicamente.
"A posição era que o governo não negociaria nem mudaria de posição no Senado. O governo foi derrotado, mas defendeu sua posição até o fim. Não conseguiu aprová-la", disse Aldo Rebelo.
João Paulo foi na mesma linha. "Foi uma mudança feita pelo Senado sem a combinação e sem o consentimento do governo. O combinado do Executivo com a Câmara está mantido, que são os R$ 260", afirmou. (FK)


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