São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 2002 |
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FHC repete "oligarquia", diz Lula
PLÍNO FRAGA ENVIADO ESPECIAL A ARACAJU O presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem que "cheira a questão eleitoral" a liberação por Fernando Henrique Cardoso de R$ 1,2 bilhão em verbas do Orçamento que estavam bloqueadas, incluindo R$ 419 milhões destinados a projetos de emendas de parlamentares. "A situação do governo está delicada na eleição. Lamento que o presidente FHC utilize, com toda a sua formação intelectual, os mesmos padrões de comportamento que a oligarquia brasileira usou durante cem anos", disse. Lula evitou associar diretamente a decisão do Conselho de Política Monetária de reduzir de 18,5% para 18% a taxa de juros básica da economia com a candidatura governista de José Serra (PSDB). "Espero que não seja uma decisão político-eleitoral. Queremos que os juros se reduzam muito. Para manter os atuais níveis de emprego, seria necessário que os juros fossem para 16%", disse em Aracaju, onde fez uma passeata à tarde e participou à noite de um comício. Ele defendeu o gradualismo na queda dos juros. Lula disse que sua prioridade é conquistar fatia do eleitorado suscetível a benesses do governo e citou o livro "Esquerda e Direita no Eleitorado Brasileiro", de seu porta-voz, André Singer, que mostra "que temos 70% dos votos divididos entre esquerda e conservadores e que 30% são disputados em época de eleição. A estratégia da campanha é conquistar essa parte da população, mais sensível a políticas do governo." Lula chamou o presidente FHC de "duas caras" por, segundo ele, dizer que é contra o projeto de transposição do rio São Francisco, em Estados como Sergipe e Bahia, e se declarar a favor no Ceará e no Rio Grande do Norte, que querem a medida. Texto Anterior: Eleito deve ser amigo dos EUA, diz secretário Próximo Texto: Petista fala de seu "passado machista" Índice |
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