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JANIO DE FREITAS
Um tema forte
A Companhia Siderúrgica
Brasileira deixa de ser brasileira. É agora empresa estrangeira controlada por ingleses e
holandeses, passa a ter sede em
Londres e logo terá outro nome.
Mas não só ingleses e holandeses recebem este presente. No
momento em que ocorre, é também um presente político, por
menos pretendido que fosse, para os adversários do candidato
do governo em que a política de
privatização e desnacionalização da economia brasileira leva
a esta culminância.
As providências para sonegação da notícia, ou ao menos o
seu tratamento como irrelevância, deram resultado na mídia,
mas isso não promete resultado
semelhante na campanha eleitoral. A par dos seus aspectos
econômicos, de grande significação estratégica, e sociais, a siderúrgica de Volta Redonda está revestida de simbolismos cívicos e históricos altamente emocionalizantes.
E não sem fundamento. A privatização da CSN, pólo gerador
da industrialização brasileira,
já foi um passo temerário, para
dele dizer o menos. A desnacionalização e, portanto, a entrega
do seu controle a interesses estrangeiros, em meio à guerra do
aço pelo mundo afora, talvez
não tarde a mostrar a sua face
deletéria.
As derrubadas
Os economistas idólatras do
mercado e seus jornalistas recorrem a um argumento cego,
para dizer que a redução da taxa governamental de juros não
tem sentido eleitoral. Dizem que
os efeitos da medida só se produzirão daqui a pelo menos seis
meses, depois, portanto, de passadas a campanha e mesmo a
eleição.
Não percebem, uns, e por má-fé outros fingem não perceber
que mesmo esse ridículo meio
porcento é tratado em manchetes e artigos como "derrubada
dos juros". O efeito psicológico é
imediato, ainda que não haja,
nem daqui a seis meses, consequência objetiva.
O governo sabe disso e não foi
por outro motivo que, em cima
mesmo de outra derrubada, esta verdadeira e nas pesquisas
eleitorais, correu para produzir
as manchetes com a falsa "derrubada dos juros".
Assim como esta anunciando
a esta altura um projeto de casas populares. Teve sete anos e
meio para fazê-lo, e não usou ou
usou em fins subalternos os recursos da Caderneta de Poupança que são destinados ao problema habitacional. A cinco
meses do seu passamento, já
posto em estado comatoso, mas
em plenas aflições eleitorais,
vem o projeto que só tem tempo
de tapear eleitores.
Bingo
Prova definitiva de que Ciro
Gomes vive um momento especial: está quase recebendo apoio
até do presidente do seu partido,
senador Roberto Freire.
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