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Aécio e Serra aumentam gastos na área social
Potenciais candidatos à Presidência em 2010, governadores de Minas e São Paulo apresentam orçamentos recordes neste ano
Em Minas, orçamento é sete
vezes maior em relação a
2003 e, em SP, investimento triplicou; tucanos negam relação com próxima eleição
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Principais pré-candidatos da
oposição à Presidência, os governadores José Serra (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG)
registram, a um ano das eleições, orçamentos recordes em
áreas chave do governo Lula,
como a assistência social.
A Folha comparou o orçamento dos governos de São
Paulo e de Minas Gerais deste
ano com os gastos efetuados
nos demais anos de gestão de
Serra e Aécio, rivais pela indicação tucana em 2010.
Foram examinadas ações nas
áreas de assistência social, direitos da cidadania, habitação e
trabalho. É nessas áreas que o
governo federal executa programas como o Bolsa Família e
o ProJovem. Gastos com saúde
e educação foram excluídos.
Há quase sete anos no poder,
Aécio autorizou R$ 406,6 milhões para este ano -investimento quase sete vezes superior aos R$ 58,9 milhões (valor
atualizado pela inflação) gastos
em 2003. Diferença de 590%.
Em SP, o orçamento de Serra, governador desde 2007,
prevê investimentos 26,8% acima do registrado em seu primeiro ano. Mas, em relação a
2003, quando o tucano Geraldo
Alckmin assumiu, o orçamento
atual (R$ 1,53 bilhão) é quase o
triplo do gasto naquele ano.
No caso paulista, a reportagem não incluiu os investimentos na Fundação Casa (ex-Febem) e em medidas socioeducativas para jovens. Diferentemente de Minas, os gastos nessa área em São Paulo são classificados como "assistência social" ou "direito da cidadania".
O salto de mais de 500% no
orçamento social de Aécio se
deve à criação dos programas
Lares Geraes (habitação), em
2005, e Poupança Jovem (assistência social), em 2007.
No ano passado, o governo
mineiro gastou R$ 763,8 milhões nas áreas pesquisadas pela Folha, valor maior que o
previsto para este ano. O crescimento, porém, se deu apenas
no último bimestre, com R$
400 milhões extras para a criação, segundo o governo, do
Programa de Apoio Habitacional aos Militares.
No caso de SP, a herança de
programas de gestões anteriores, todas tucanas, como Renda
Cidadã e Ação Jovem, colaborou para um crescimento relativamente menor na era Serra.
O cientista político Carlos
Ranulfo, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais),
diz não ser possível determinar
se o aumento no orçamento na
área social das duas administrações é uma tentativa de impedir que Lula use isso como
uma bandeira sua. Segundo ele,
"nenhum governo depois do
Lula vai poder deixar de investir em políticas sociais".
Para o governo de São Paulo,
"relacionar [o aumento nos investimentos na área social]
com a proximidade das eleições é um equívoco". Já o governo de Minas Gerais diz que
houve crescimento em todas as
áreas, e não apenas nas analisadas pela Folha.
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