São Paulo, domingo, 19 de julho de 2009

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Aécio e Serra aumentam gastos na área social

Potenciais candidatos à Presidência em 2010, governadores de Minas e São Paulo apresentam orçamentos recordes neste ano

Em Minas, orçamento é sete vezes maior em relação a 2003 e, em SP, investimento triplicou; tucanos negam relação com próxima eleição

BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Principais pré-candidatos da oposição à Presidência, os governadores José Serra (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG) registram, a um ano das eleições, orçamentos recordes em áreas chave do governo Lula, como a assistência social.
A Folha comparou o orçamento dos governos de São Paulo e de Minas Gerais deste ano com os gastos efetuados nos demais anos de gestão de Serra e Aécio, rivais pela indicação tucana em 2010.
Foram examinadas ações nas áreas de assistência social, direitos da cidadania, habitação e trabalho. É nessas áreas que o governo federal executa programas como o Bolsa Família e o ProJovem. Gastos com saúde e educação foram excluídos.
Há quase sete anos no poder, Aécio autorizou R$ 406,6 milhões para este ano -investimento quase sete vezes superior aos R$ 58,9 milhões (valor atualizado pela inflação) gastos em 2003. Diferença de 590%.
Em SP, o orçamento de Serra, governador desde 2007, prevê investimentos 26,8% acima do registrado em seu primeiro ano. Mas, em relação a 2003, quando o tucano Geraldo Alckmin assumiu, o orçamento atual (R$ 1,53 bilhão) é quase o triplo do gasto naquele ano.
No caso paulista, a reportagem não incluiu os investimentos na Fundação Casa (ex-Febem) e em medidas socioeducativas para jovens. Diferentemente de Minas, os gastos nessa área em São Paulo são classificados como "assistência social" ou "direito da cidadania".
O salto de mais de 500% no orçamento social de Aécio se deve à criação dos programas Lares Geraes (habitação), em 2005, e Poupança Jovem (assistência social), em 2007.
No ano passado, o governo mineiro gastou R$ 763,8 milhões nas áreas pesquisadas pela Folha, valor maior que o previsto para este ano. O crescimento, porém, se deu apenas no último bimestre, com R$ 400 milhões extras para a criação, segundo o governo, do Programa de Apoio Habitacional aos Militares.
No caso de SP, a herança de programas de gestões anteriores, todas tucanas, como Renda Cidadã e Ação Jovem, colaborou para um crescimento relativamente menor na era Serra.
O cientista político Carlos Ranulfo, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), diz não ser possível determinar se o aumento no orçamento na área social das duas administrações é uma tentativa de impedir que Lula use isso como uma bandeira sua. Segundo ele, "nenhum governo depois do Lula vai poder deixar de investir em políticas sociais".
Para o governo de São Paulo, "relacionar [o aumento nos investimentos na área social] com a proximidade das eleições é um equívoco". Já o governo de Minas Gerais diz que houve crescimento em todas as áreas, e não apenas nas analisadas pela Folha.


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