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FRANGOGATE
Advogados envolvidos com a Rineos deverão ser ouvidos; vereador denuncia pressão devido a denúncias
Promotoria e polícia investigam conexão
IGOR GIELOW
da Reportagem Local
O Ministério
Público e a Polícia Civil de São
Paulo vão ouvir
os envolvidos na
conexão uruguaia do Frangogate, revelada
anteontem pela Folha.
Suspeitam da origem do dinheiro que foi investido na A D'Oro
-que já estava sendo investigada
pela venda de frango à Prefeitura
de São Paulo.
"Vou chamar André de Vivo e
Oscar Martin Renaux Niemeyer
para depor", afirmou o promotor
Alexandre de Moraes.
Ele se refere aos dois advogados
brasileiros ligados à família Lutfalla, dona da A D'Oro, e à Rineos
-empresa uruguaia que detém
46% das ações da A D'Oro por
meio de sua subsidiária brasileira.
Há uma série de dúvidas sobre a
origem dos US$ 7 milhões que a
Rineos uruguaia pôs na A D'Oro
entre 1991 e 1996. Ninguém sabe
dizer, por exemplo, de quem era o
dinheiro (veja quadro ao lado).
Moraes irá ouvir a mulher do
ex-prefeito Paulo Maluf, Sylvia,
nesta semana. Ela é irmã de Fuad
Lutfalla, dono da A D'Oro, e tia de
Caio Lutfalla -diretor da empresa
e também da subsidiária brasileira
da Rineos.
Além disso, Sylvia é sócia de sua
filha Ligia na Obelisco Agropecuária, empresa que vendeu frango vivo para abate à A D'Oro.
E o fez inclusive na época em que
a A D'Oro fornecia coxas e sobrecoxas para a prefeitura entre agosto de 1996 e fevereiro de 1997 (gestões Paulo Maluf e Celso Pitta).
Para o delegado que preside o inquérito criminal sobre a venda de
frangos, Francisco Missaci, é imprescindível falar com André de
Vivo e Oscar Niemeyer.
"Eles têm que explicar exatamente quem são os sócios da Rineos no Uruguai", afirmou.
André de Vivo e Caio Lutfalla foram procurados ontem pela Folha, mas não deram entrevistas.
Oscar Niemeyer não foi localizado.
Câmara de SP
O vereador paulistano Carlos
Neder (PT), que investiga o Frangogate, registrou ontem boletim
de ocorrência e processo administrativo contra o funcionário da Câmara Evandro Mendes da Silva.
"Ele foi pego distribuindo panfletos me difamando. Ele trabalha
para o vereador José Izar (PPB).
Estou indignado com esse tipo de
pressão", disse Neder.
No gabinete de Izar, o assessor
William Izar afirmou desconhecer
o caso. Silva não foi encontrado.
Os panfletos falavam de um concurso para médico da prefeitura
que Neder participou, em 1991,
quando era secretário municipal
da Saúde. "Tive autorização da
Fundação Carlos Chagas para concorrer. Não houve nada errado."
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