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REFORMA SOB PRESSÃO
Previdenciária ficará para a próxima semana
Governistas adiam votação do 2º turno da reforma
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A votação em segundo turno da
reforma da Previdência na Câmara dos Deputados deve ficar para
a próxima semana. Apesar de os
líderes do governo na Casa declararem até ontem que havia a possibilidade de votação na quinta-feira, a Folha apurou que o texto
será pautado pela Mesa para a
próxima terça-feira, dia 26. Inicialmente, o governo queria votar
ainda nesta semana.
Dois motivos operacionais pesaram para o adiamento: a concentração de esforços na reforma
tributária (que pode ir a voto na
comissão especial nesta semana)
e a dificuldade de assegurar uma
razoável presença de deputados
na Casa na noite de quinta-feira,
dia em que a reforma estaria
pronta regimentalmente para ser
concluída em segundo turno.
Além disso, há a avaliação entre
os governistas de que a questão
previdenciária é assunto superado na Câmara dos Deputados, já
que há acordo firmado entre os líderes de todos os partidos para
que não haja a apresentação de
emendas ao texto.
O próprio ministro Ricardo
Berzoini (Previdência) disse ontem que o "mais provável" é que a
reforma da Previdência só seja
votada em segundo turno na Câmara na semana que vem. "Houve um acordo político para que,
depois das mudanças feitas no
primeiro turno, não haja questionamentos", afirmou.
O compromisso foi conseguido
pelo governo por meio de concessões na votação de primeiro turno, concluída na semana passada.
Segundo os deputados, o que importa é que será mantido o cronograma de aprovação da reforma
na Câmara até o final de agosto.
O fato é que o adiamento ocorreu devido a uma falha dos governistas, que não conseguiram assegurar quórum mínimo de 51 dos
513 deputados para a realização
da sessão ordinária de sexta-feira.
Com isso, o intervalo regimental
de cinco sessões entre o primeiro
e o segundo turno acaba na quinta-feira à tarde.
Quórum
Ontem houve quórum para a
realização da sessão. Às 14h, ela
foi aberta com a presença de 51
deputados. Caso não houvesse
número suficiente, a Mesa poderia esperar ainda por meia hora.
Para votar ainda esta semana, a
Câmara teria que convocar um
sessão extraordinária para a noite
de quinta-feira. O problema é que
a maioria dos deputados viaja para os Estados na tarde ou noite
das quintas-feiras e não havia até
ontem mobilização do governo
para mantê-los em Brasília.
A aprovação da reforma exige a
votação de 60% dos deputados
(308 de 513). Com isso, o governo
deve priorizar a votação da reforma tributária na comissão especial na quinta-feira. O relatório do
deputado Virgílio Guimarães
(PT-MG) seria lido na noite de
ontem na comissão.
Colaborou NEY HAYASHI DA CRUZ, da
Sucursal de Brasília
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