São Paulo, sábado, 19 de agosto de 2006

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Painel

Renata Lo Prete
painel@uol.com.br

Pega-sanguessuga

Signatários da CPI dos Sanguessugas e integrantes da comissão marcaram para terça-feira, em Brasília, manifestação contra os parlamentares acusados de envolvimento na máfia das ambulâncias que pretendem renunciar para fugir da cassação.
Mote do protesto: "Quem renunciou ao mandato não merece outro". Os parlamentares do movimento vão se revezar na tribuna da Câmara dando os nomes dos que fugirem do processo. Pretendem ainda encaminhar um abaixo-assinado para que o presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP), coloque em pauta no esforço concentrado de setembro a proposta que acaba com voto secreto nos processos de cassação.

Apropriação. O Ministério Público Eleitoral de Pernambuco entrou com representação contra os candidatos a governador Mendonça Filho (PFL) e Eduardo Campos (PSB) para que não usem imagens de Lula no programa eleitoral, sob a justificativa de que a associação fere a regra da verticalização das alianças.

É nosso! O PT já havia ingressado com representação semelhante, apenas contra o pefelista. "Não basta esconderem o Alckmin. Querem pegar o Lula e o prefeito João Paulo para eles. Assim não dá!", protesta o deputado Maurício Rands, coordenador da campanha de Humberto Costa.

Quem fala. Do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), sobre as críticas de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) ao programa de TV do aliado Geraldo Alckmin: "Bom deve ser o programa do Rodolpho Tourinho, que não sai dos 3%". Trata-se do candidato de ACM ao Senado.

No rastro. Heloísa Helena visitará na quarta, em Porto Alegre, o Hospital Conceição, local onde Lula declarou que "a saúde no Brasil está perto da perfeição". A presidenciável do PSOL diz ter ter sido convidada por médicos e funcionários, que preparam documento com extensa lista dos problemas da área.

Tabu. Lula fez duas escalas em Pelotas (RS) na quinta, mas evitou dar entrevistas e sair do aeroporto. Em 2000, ele chamou a cidade de "exportadora de veados" no intervalo de programa de TV. A declaração vazou e gerou protestos. Lula se desculpou.

Gráfica. O PT mandou rodar minitablóides com realizações do governo por Estado. Para São Paulo, foram enviados 1,5 mi de exemplares.

Brecha 1. O PT tenta associar o governo de Santa Catarina à quadrilha que fraudava importações e foi desbaratada na Operação Dilúvio.

Brecha 2. A bancada petista protocolou pedido de CPI na Assembléia para apurar a suposta participação do secretário de Fazenda, Max Bornholdt, cujo assessor especial Aldo Hey Neto foi preso na operação da Polícia Federal. O secretário deve voltar amanhã dos EUA.

Oportunidade. Beto Albuquerque (PSB-RS) aproveitou a final da Libertadores para colocar um carro de som de sua campanha circulando em volta do Beira-Rio. Conselheiro do Inter, o líder do governo na Câmara substituiu o jingle pelo hino do clube.

Em dívida. Até o meio-dia de ontem, mais de 20% dos candidatos a deputado do país não haviam apresentado suas prestações de contas parciais. O prazo expirou no dia 6.

Quem? Nome de um candidato a deputado do PT-DF: Paulo Valério. Pós-mensalão, a associação é imediata.

Visita à Folha. Aloizio Mercadante, senador e candidato do PT ao governo de São Paulo, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Marcio Percival, economista, e de Patrícia de Paula, assessora de imprensa.

Tiroteio

Lula pode chamar o Okamotto ou fazer um vale com o filho Lulinha. Ambos prosperaram neste governo e têm como ajudá-lo a pagar a multa.


Do deputado ONYX LORENZONI (PFL-RS), sobre a multa de R$ 900 mil aplicada pelo TSE ao presidente em conseqüência da confecção de cartilhas com o slogan "Brasil, um País de Todos".

Contraponto

Voto em separado

A leitura do relatório parcial da CPI dos Sanguessugas foi marcada pela tentativa de aprovar o texto de Amir Lando (PMDB-RO) sem mudanças nem vistas.
O presidente da comissão, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), chamava um a um os inscritos, tentando convencê-los a abrir mão dos longos discursos. Biscaia, então, deu a palavra a Albérico Filho (PMDB-MA).
-Presidente, gostaria de pedir retificação no relatório.
Quando todos esperavam que ele fizesse a defesa de algum dos acusados, o deputado esclareceu:
-Meu nome está grafado com erro neste relatório. Me chamo Albérico, e não Robérico!
Em 2009 Aldo Hey foi absolvido na esfera administrativa e, em 2018, na esfera judicial.

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