São Paulo, Domingo, 19 de Setembro de 1999
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QUESTÃO SOCIAL

Fundo liberou gasto com social para aliviar tensões

FMI se exime de responsabilidade sobre corte de cestas para pobres

MARCIO AITH
de Washington

O FMI anunciou ontem não ter recomendado nem sugerido ao governo brasileiro a suspensão do repasse de verbas públicas para a distribuição de cestas básicas a 8,6 milhões de pessoas localizadas em bolsões de pobreza do país.
Respondendo a uma consulta da Folha, o assessor de imprensa do FMI (Fundo Monetário Internacional), Francisco Baker, consultou a missão do fundo que se encontra no Brasil e divulgou anteontem a seguinte nota: "Os programas de estabilização que recebem créditos do FMI são, sempre, responsabilidade das autoridades de cada país. Ao negociar seu apoio financeiro, o FMI não entra no detalhe sobre onde cortar gastos. O que existe, às vezes, é uma recomendação no sentido de gastar com mais eficiência. No caso específico brasileiro, posso assegurar que não houve instrução ou recomendação específica sugerindo cortes neste ou naquele programa social".
Ao fazer a consulta ao FMI, a Folha perguntou se havia partido da equipe de técnicos ou da diretoria da instituição a orientação de suspender ou cortar parte dos gastos com programas sociais no Brasil, como o de distribuição de cestas básicas.
A Folha apurou que, apesar de exigir um rigor nos gastos públicos e de ter recomendado ao governo brasileiro a execução de um "orçamento realista" para que essa meta seja cumprida, o Fundo permitiu, na última revisão do programa com o governo brasileiro, um aumento dos gastos sociais como forma de aliviar o custo social agravado pela crise cambial de janeiro.


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