São Paulo, Domingo, 19 de Setembro de 1999
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Candidatos da oposição lideram para 2002

da Reportagem Local

A contínua perda de popularidade de FHC ao longo deste ano não teve reflexos significativos na sucessão presidencial.
Os principais candidatos de oposição continuam liderando a corrida rumo à Presidência, mas nenhum deles se beneficiou do aumento da insatisfação da população com o governo.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o primeiro colocado em todos os quatro cenários eleitorais propostos pelo Datafolha. Ciro Gomes (PPS) é o segundo colocado.
Hoje, o petista varia de 28% a 30% das intenções de voto, conforme o cenário. Em junho, Lula tinha 28% e, em fevereiro, 27%.
Da mesma forma, Ciro tinha 22% em fevereiro, passou a 16% ou 17% em junho, e está, agora, entre 18% e 20%.
As pequenas diferenças na comparação ao longo do tempo se devem muito mais à mudança dos nomes dos presidenciáveis que entraram em cada pesquisa do que a eventuais mudanças de preferência do eleitor.
A principal mudança da pesquisa atual em relação à de junho, por exemplo, é que naquele mês os dois cenários previam a entrada do ex-presidente Fernando Collor de Mello -que hoje está mais próximo de disputar a Prefeitura de São Paulo.
Os seus 5% à época, concentrados no Nordeste (principal colégio eleitoral de Ciro), saíram em parte do eleitorado potencial do ex-governador do Ceará.
Descontando-se esse fator e levando-se em conta a margem de erro de dois pontos percentuais (para mais ou para menos), as oscilações não permitem afirmar que nenhum candidato ganhou ou perdeu eleitores potenciais ao longo deste ano.
Logo, a parcela da população que está desembarcando do projeto de FHC ainda não encontrou um candidato. Nem à direita, com Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e seus 7% a 9% de intenção de voto, nem à esquerda, com Ciro e Lula.
Isso fica claro pelo alto percentual de eleitores sem candidato (os que não sabem e os que dizem que votariam nulo ou em branco): 18% ou 19%.

Cenários
Na hipótese "A", Lula tem 29% das intenções de voto, Ciro tem 19%, Paulo Maluf (PPB) chega a 8%, Itamar Franco (PMDB) fica com 8%, ACM vai a 7%, Anthony Garotinho (PDT) tem 4%, Mário Covas (PSDB) tem 4% também, e Enéas (Prona), 3%.
Na hipótese "B", troca-se o candidato do PSDB: sai o paulista Covas, entra Tasso Jereissati, governador do Ceará, que fica com 3%. Lula e Ciro perdem um ponto percentual cada, enquanto Itamar, Maluf, ACM e Garotinho ganham um ponto cada um.
Na hipótese "C", Covas volta a ser o candidato tucano, mas o gaúcho Pedro Simon substitui o mineiro Itamar como presidenciável do PMDB. Fica com apenas 2% das intenções de voto.
Nesse cenário, Lula volta a 29%, Ciro chega a 20%, Maluf mantém 9%, ACM fica com 8%, Garotinho com 5%, Covas chega a 5%, e Enéas tem 3%. Na hipótese "D", troca-se novamente o candidato do PSDB por Tasso, mas mantém-se Simon. Lula vai a 30%, Ciro tem 19%, Maluf chega a 10%, ACM vai a 9%, Garotinho fica com 5%, Enéas e Simon têm 3%, e Tasso, 2%.
A pouca alteração entre os vários cenários, mesmo com candidatos de diferentes origens geográficas, sugere que ainda há espaço para um nome que aglutine em torno de si os eleitores arrependidos de FHC.
(JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO)


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