São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 2000

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Frase foi dita em Belo Horizonte

DA REDAÇÃO

A declaração de Paulo Maluf sobre o estupro foi feita em 22 de agosto de 1989, em Belo Horizonte. Maluf, então candidato do PDS à Presidência, estava dando uma palestra na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais quando, em certo momento, declarou: "O que fazer com um camarada que estuprou uma moça e matou? Tá bom, tá com vontade sexual, estupra, mas não mata".
A frase provocou protestos de entidades de defesa dos direitos da mulher. A UBM (União Brasileira de Mulheres) e o MPM (Movimento Popular da Mulher) solicitaram ao Ministério Público a instauração de um processo criminal contra o candidato do PDS.
Maluf se defendeu afirmando que suas palavras foram deturpadas: "Eu não falei aquela frase isoladamente. O que eu quis dizer é que deve haver um plebiscito para avaliar se deve ser instituída a pena de morte para estupro e sequestro seguidos de morte. Isso não quer dizer que o estuprador deva ser absolvido. Pelo contrário, estupro é crime e deve ser punido severamente".
Após várias tentativas de explicação, um de seus assessores de campanha lamentava a repercussão da declaração: "Não há desmentido que cubra os prejuízos da divulgação de uma informação absurda como essa".
De de vez em quando, a declaração é lembrada por seus adversários em campanhas eleitorais. Em novembro de 1992, antes do segundo turno para a eleição paulistana, o juiz Antonio Diogo de Salles proibiu o PT de reproduzir a frase dita por Maluf no horário eleitoral de Eduardo Suplicy.
Ela também voltou a ser usada em 1996 pelo governador Mário Covas, durante um ataque à candidatura de Celso Pitta a prefeito.


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