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ROMBO AMAZÔNICO
Ex-senador é suspeito em mais um caso de fraude à Sudam
Justiça decreta a prisão de Jader e de mais 8 acusados
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
A Justiça Federal de Mato Grosso decretou ontem à tarde a prisão preventiva do ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e do
candidato a deputado estadual
pelo PMDB José Artur Guedes
Tourinho. Eles são acusados de
fraudes na extinta Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia).
Além deles, a Justiça Federal decretou a prisão de mais sete empresários acusados de envolvimento nas fraudes na Sudam: José Osmar Borges, Ricardo Jerônimo, Alberto Cury Júnior, Mário
de Mello, Mário de Mello Júnior,
Pedro de Oliveira Rodrigues e Jorge Gerônimo Gonso. A Agência
Folha não conseguiu localizar os
empresários ontem.
Esta é a segunda vez que Jader e
Tourinho, ex-superintendente da
Sudam, têm a prisão decretada
pela Justiça por causa de acusações de fraude na Sudam. Jader é
candidato a deputado federal.
A prisão foi decretada pelo juiz
da 2ª Vara Federal de Mato Grosso, Jeferson Schinaider, a pedido
do procurador federal Pedro Taques. A carta precatória com o pedido de prisão foi expedida pela 4ª
Vara Federal de Belém para que a
Polícia Federal cumprisse a ordem. Até as 22h de ontem nenhum deles havia sido preso.
Jader estaria, ontem à noite, fazendo campanha no interior, mas
haveria um acordo para ele se entregar hoje.
Os advogados de Jader Barbalho e José Artur Guedes Tourinho
entraram ontem à noite com pedidos de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 1ª Região,
em Brasília. Até as 23h, os pedidos
não haviam sido julgados.
O advogado de Jader em Belém,
Edson Messias, informou que não
havia sido notificado pela Justiça
ontem até as 22h.
Desta vez Jader e Tourinho tiveram a prisão decretada por envolvimento com o empresário goiano José Osmar Borges, acusado de
ser um dos maiores fraudadores
da Sudam. Segundo o Ministério
Público Federal, a prisão foi decretada por causa de R$ 246 milhões que o grupo Pirâmide, de
Borges, teria desviado da entidade. Na quebra de sigilos telefônicos de Borges e Jader, o Ministério
Público encontrou mais de mil ligações telefônicas entre os dois.
Desvios
O procurador Pedro Taques informou ontem que pediu a prisão
por causa do alto valor desviado.
Borges é acusado de desviar R$
133 milhões. Ele e Jader foram sócios, de 96 a 98, em uma fazenda
no Pará. Os procuradores de Mato Grosso apuraram que Borges
usava da influência de Jader para
obter a aprovação de projetos da
Sudam. Borges, preso pela PF em
2001 e depois libertado, também
foi sócio da mulher de Jader, Márcia Zaluth Centeno, na fazenda
Campo Maior (nordeste do Pará).
Também foi identificado em
2001 um depósito de R$ 400 mil
feito em 96 por uma empresa de
Borges na conta de Jader. Segundo o Ministério Público, Borges
foi flagrado há dois anos fazendo
dois depósitos (R$ 100 mil e R$ 50
mil) para o jornal "Diário do Pará", da família Barbalho.
Com Tourinho, o ex-senador
foi preso pela PF em fevereiro, em
Belém (PA), e levado a Tocantins,
acusado pelo Ministério Público
de comandar uma "organização
criminosa" que fraudou cerca R$
132 milhões a extinta Sudam. Este
é outro caso, apesar de também
envolver desvios na entidade. Jader é apontado neste processo como beneficiário de R$ 14 milhões.
Na ocasião, eles foram liberados
no mesmo dia por meio de habeas
corpus. Os dois negaram o envolvimento em depoimento, em
março. Os dois também foram
denunciados pelo Ministério Público por envolvimento em desvios de verbas do projeto Usimar.
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