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FORÇAS ARMADAS
Presidente agradece apoio de militares apesar das dificuldades financeiras
FHC faz elogios e se desculpa por corte
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de os candidatos Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) e José
Serra (PSDB) cortejarem os militares com promessas de ampliação de recursos em seus eventuais
governos, o presidente Fernando
Henrique Cardoso voltou a se
desculpar pelas restrições orçamentárias e elogiou o funcionamento democrático "impecável"
das Forças Armadas, que hoje
"gozam de popularidade".
FHC, que falou em pequena cerimônia de recebimento da medalha do Ordem do Mérito da Defesa, no Palácio do Planalto, disse
estar ciente da importância de
Forças Armadas eficazes.
Na última sexta-feira, em evento no Rio de Janeiro, Lula defendeu o fortalecimento militar com
a retirada brasileira do Tratado de
Não-Proliferação de Armas Nucleares como forma de alavancar
o país no cenário mundial.
No mesmo dia, também no Rio,
FHC disse que o regime militar
criou uma máquina estatal "clientelística" e "mastodôntica". Anteontem, Serra defendeu a adesão
ao tratado e o aumento de recursos para os militares.
O presidente também agradeceu ontem ao setor militar por
não ter retirado o apoio ao seu governo apesar das dificuldades financeiras. "Queria agradecer o
espírito de compreensão e colaboração do Ministério da Defesa e
das várias forças singulares, que
nunca faltaram ao país, nunca faltaram ao governo e nunca faltaram a mim pessoalmente", disse.
Neste ano, o governo cortou R$
3 bilhões do Orçamento das Forças Armadas, o que levou o Exército, por exemplo, a dispensar recrutas antes do prazo. Desde julho, o governo fez duas liberações
extras de verbas, e o Ministério da
Defesa recebeu R$ 612 milhões.
FHC lembrou que o contingenciamento de verbas não impediu
conquistas importantes, como o
Sivam (Sistema de Vigilância da
Amazônia), cuja primeira etapa já
foi inaugurada, e a aquisição de
um porta-aviões para a Marinha.
Segundo ele, decisões estão sendo
tomadas para a compra de novos
jatos para a Aeronáutica.
Para ele, o Exército é a força que
"mais sofre nos momentos de
contingenciamento". "Se mais
não fiz é porque mais não pude e
sei que muita coisa precisa ser feita", disse FHC. "Sei da importância de contarmos com Forças Armadas que sejam realmente eficazes para garantir os objetivos da
nossa política de defesa."
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