São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 2002

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FORÇAS ARMADAS

Presidente agradece apoio de militares apesar das dificuldades financeiras

FHC faz elogios e se desculpa por corte

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB) cortejarem os militares com promessas de ampliação de recursos em seus eventuais governos, o presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a se desculpar pelas restrições orçamentárias e elogiou o funcionamento democrático "impecável" das Forças Armadas, que hoje "gozam de popularidade".
FHC, que falou em pequena cerimônia de recebimento da medalha do Ordem do Mérito da Defesa, no Palácio do Planalto, disse estar ciente da importância de Forças Armadas eficazes.
Na última sexta-feira, em evento no Rio de Janeiro, Lula defendeu o fortalecimento militar com a retirada brasileira do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares como forma de alavancar o país no cenário mundial.
No mesmo dia, também no Rio, FHC disse que o regime militar criou uma máquina estatal "clientelística" e "mastodôntica". Anteontem, Serra defendeu a adesão ao tratado e o aumento de recursos para os militares.
O presidente também agradeceu ontem ao setor militar por não ter retirado o apoio ao seu governo apesar das dificuldades financeiras. "Queria agradecer o espírito de compreensão e colaboração do Ministério da Defesa e das várias forças singulares, que nunca faltaram ao país, nunca faltaram ao governo e nunca faltaram a mim pessoalmente", disse.
Neste ano, o governo cortou R$ 3 bilhões do Orçamento das Forças Armadas, o que levou o Exército, por exemplo, a dispensar recrutas antes do prazo. Desde julho, o governo fez duas liberações extras de verbas, e o Ministério da Defesa recebeu R$ 612 milhões.
FHC lembrou que o contingenciamento de verbas não impediu conquistas importantes, como o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), cuja primeira etapa já foi inaugurada, e a aquisição de um porta-aviões para a Marinha. Segundo ele, decisões estão sendo tomadas para a compra de novos jatos para a Aeronáutica.
Para ele, o Exército é a força que "mais sofre nos momentos de contingenciamento". "Se mais não fiz é porque mais não pude e sei que muita coisa precisa ser feita", disse FHC. "Sei da importância de contarmos com Forças Armadas que sejam realmente eficazes para garantir os objetivos da nossa política de defesa."


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