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Presidente diz que acusações contra seu governo são "borbulhos políticos" da oposição
FHC ironiza PT e denuncismo
LEILA SUWWAN
SANDRO LIMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pela segunda vez em menos de
uma semana, o presidente Fernando Henrique Cardoso usou
um discurso oficial de defesa de
seu governo para atacar as posições eleitorais do PT e disse, sem
citar nomes, que muitos utilizam
denúncias demagógicas de corrupção para fazer "borbulhos políticos", sem objetivos práticos.
FHC ironizou a bandeira petista
do Orçamento Participativo, dizendo que tudo no seu governo é
participativo. "Eu vejo tanta gente
fazer propaganda de Orçamento
Participativo. Aqui nós não temos
só o Orçamento não. Tudo é participativo", disse, durante cerimônia de balanço de dois anos do
"governo eletrônico", realizada
no início da noite no Itamaraty.
"Não existe uma denúncia,
uma, que chegue a qualquer um
de nós que não vá imediatamente
[ser averiguada". Até para desmistificar os que usam a denúncia
como forma puramente de fazer
política sem ter objetivo efetivo de
aperfeiçoar as instituições, de
aprimorar e menos ainda de punir alguém, querem apenas fazer
borbulho", disse.
Anteontem, o candidato governista, José Serra (PSDB), acusou o
procurador Luiz Francisco de
Souza de "uso eleitoral" de ação
protocolada na Justiça Federal
contra aliados do tucano acusados de lesar os cofres do Banco do
Brasil em perdão de dívidas.
Segundo o presidente, a ministra-chefe da Controladoria Geral
da União, Anadyr de Mendonça,
disponibiliza na internet todas as
denúncias recebidas pelo governo. "Quanta gente faz discurso
-às vezes de boa fé, às vezes demagógica- sobre corrupção.
Quanta gente é conivente com o
atraso, e a conivência com o atraso é a base da corrupção", disse.
"O que adianta fazer discurso
irado contra a corrupção, se ao
mesmo tempo se mantém o atraso? Não adianta, não avança."
O presidente não citou casos específicos. Em alusão direta às críticas da oposição, rejeitou o rótulo
de "neoliberal".
"É um ledo engano", disse Fernando Henrique. O presidente
afirmou que a reforma de Estado
que promoveu deixou o governo
mais "competente, inteligente,
ágil e transparente".
"Finalmente o Congresso vai
permitir que o Fust [Fundo de
Universalização do Sistema de
Telecomunicações] seja utilizado
para aquilo que ele foi criado, e
sem as picuinhas partidárias",
afirmou. Ele elogiou as privatizações porque deixa o Estado mais
voltado à sociedade e menos voltado à burocracia, o que também
impediria a corrupção.
O presidente disse que acompanha com entusiasmo a informatização dos serviços do governo federal e que isso é necessário e
"fundamental para o processo da
democratização".
Fernando Henrique citou como
exemplos do sucesso do "governo
eletrônico" o Siafi (sistema de
acompanhamento de gastos do
governo) e as declarações de Imposto de Renda via internet.
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