São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 2002

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Jobim quer reprimir boca-de-urna com militar à paisana

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Nelson Jobim, disse que reprimirá a boca-de-urna colocando militares à paisana em algumas seções eleitorais do país. Afirmou ainda que, se eleitos, os candidatos beneficiados poderão ser punidos com a cassação do mandato.
Segundo Jobim, o candidato e o cabo eleitoral que estiver aliciando votos poderão ser presos em flagrante no dia da eleição e depois eventualmente condenados à detenção de seis meses a um ano e ao pagamento de multa de R$ 5.320 a R$ 15.691.
Pela Lei Eleitoral, a boca-de-urna é crime de "aliciamento, coação ou manifestação tendentes a influir na vontade do eleitor".
Leis anteriores limitaram essa proibição às imediações das seções eleitorais. A lei atual (nš 9.504, de 1997) veda a prática de forma ampla e autoriza a conversão da pena de detenção à prestação de serviços comunitários.
Ele negou que a utilização de militares à paisana fira direitos fundamentais do cidadão, previstos na Constituição.
O ministro foi duro na ameaça contra a boca-de-urna, dizendo que os aliciadores de votos só poderiam ser pagos com dinheiro oriundo da corrupção porque essa despesa não poderia ser lançada na prestação de contas.
Jobim não esclareceu se a fiscalização será feita por PMs ou soldados do Exército nem o número de homens envolvidos e a quantidade de cidades em que haverá o controle, argumentando que a revelação de detalhes comprometeria a eficácia da operação.
O TSE aprovou anteontem à noite envio de tropas federais para mais cinco municípios do Pará e um do Tocantins. Jobim, disse que não aceitará pressões do Exército para limitar a proteção. "Cabe ao Exército cumprir nossas determinações. [..." Se entendemos que há a necessidade, vem a determinação e a requisição."
Ele afirmou que 90% dos votos serão apurados e divulgados até as 21h do dia 6, quatro horas depois do encerramento da votação.
Segundo ele, o término da apuração poderá atrasar e dependerá do ritmo de verificação de parte dos votos impressos, no Distrito Federal, em Sergipe e em algumas cidades de outros Estados.


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