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OUTRO LADO
Assessor nega irregularidades
DA FOLHA RIBEIRÃO
DO ENVIADO ESPECIAL A RIBEIRÃO
Em nota enviada à Folha na manhã da última sexta-feira para comentar as apreensões em sua casa, o advogado Rogério Tadeu
Buratti afirmou não ter relação
com a assinatura do contrato em
Sertãozinho (SP), foco de apuração dos promotores de Justiça de
Ribeirão Preto (SP).
Quando o contrato foi assinado,
em agosto, Buratti afirma que já
não tinha ligações com a empresa
Leão Leão, da qual anunciou ter
se afastado em março.
Sobre o dinheiro encontrado
em sua casa, Buratti afirmou:
"Tais valores encontram-se expressamente declarados na minha última declaração de imposto
de Renda Pessoa Física, entregue
neste ano à Receita Federal".
Buratti criticou as apreensões.
"Foram levados apenas documentos pessoais (não amparados
no mandado) como talões de cheques em branco, documentos de
veículos da família, declarações
de impostos de renda, minha e de
minha esposa, contratos particulares, dentre outros."
"Ingressei na data de ontem
[quinta-feira] com representação
junto ao juiz corregedor solicitando a devolução dos documentos,
pois, além dos excessos praticados, o inquérito objetiva investigar licitação ocorrida em Sertãozinho em 3 de agosto de 2004. Não
pertenço aos quadros funcionais
da Leão & Leão desde março de
2004", afirma Buratti, na nota.
De acordo com o contador do
advogado, ouvido pela Folha em
março último, Buratti ocupava o
cargo de vice-presidente da Leão
Leão, sendo remunerado por
meio da sua empresa BBS Consultores Associados, que emitia para
a empreiteira entre R$ 200 e R$
300 mil em notas fiscais por serviços prestados.
Os advogados de Buratti, procurados no início da noite de sexta, não foram localizados para comentar a investigação e o recurso
que deram entrada na Justiça.
Em manifestações ao longo da
semana passada, a empreiteira
Leão Leão também negou irregularidades no contrato de Sertãozinho. Prometeu, assim como a
prefeitura, colaborar com a Justiça para que isso seja provado.
A empresa afirmou que em
maio deste ano enviou ofício à
Promotoria colocando à disposição os documentos do grupo. Essa autorização foi feita, ainda segundo a empresa, por escrito.
O prefeito de Sertãozinho, José
Alberto Gimenez (PSDB), afirmou acreditar que o contrato de
limpeza pública da sua gestão está
sendo investigado porque todos
os contratos envolvendo a Leão
Leão estariam sob escrutínio dos
promotores. "Eu não tenho nada
a ver com isso", afirmou ele.
Segundo a prefeitura, o processo licitatório para contratação da
empreiteira foi feito "dentro da legalidade e da transparência" e todos os passos foram acompanhados pelo TCE (Tribunal de Contas
do Estado).
(RP E RV)
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