São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 2005

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PAINEL

Abre-te sésamo
Documento em poder da CPI dos Correios, datado de julho de 2004, mostra que bastou a assinatura de Delúbio Soares, pessoa física, para que o BMG concedesse empréstimos de monta a Marcos Valério e ao PT.

O mensageiro
Para a CPI, o documento corrobora a suspeita de que os empréstimos eram fictícios, além de deixar claro que o ex-tesoureiro petista falava em nome do Palácio do Planalto nas negociações. Do contrário, o BMG não teria sido tão generoso.

Chega de conversa
Lula decidiu não votar na eleição do PT da mesma maneira como tomou outras decisões recentemente: sozinho.

Pai da criança
De um quadro petista, sobre o W.O. do presidente da República na eleição de ontem: "Ele quer sinalizar que não tem nada a ver com a encrenca do partido. Como se ninguém soubesse quem inventou o Delúbio".

Razão de voto
Transporte de graça, ajuda de custo e quem sabe algum resquício de compromisso militante. Tudo somado, petistas avaliam que o comparecimento às urnas, ao menos em São Paulo, ultrapassou as expectativas.

Boa vizinhança
A despeito de rivalidades na política paranaense, Zeca Dirceu (PT) anda um doce com Osmar Serraglio (PMDB). O filho do ex-chefe da Casa Civil e prefeito de Cruzeiro d'Oeste não se cansa de telefonar para o relator da CPI dos Correios.

Padrinho invisível
Sem prejuízo das duras críticas que faz ao governo, o presidente do PPS zela por seus apadrinhados na máquina federal. Luiz Fernando Couto, indicado para a diretoria administrativa de Furnas, é chamado pelos petistas da estatal elétrica de "submarino do Roberto Freire".

Tempo de plantar
Depois de Delfim Netto, Almir Pazzianotto. Pelas mãos de Orestes Quércia, o ex-ministro do Trabalho no governo Sarney se filia nesta quarta-feira ao PMDB, passando a integrar a lista de nomes da qual o partido espera retirar um candidato ao governo de São Paulo.

Pelo cansaço
A liminar concedida pelo presidente do STF, Nelson Jobim, foi apenas o começo. Muito bem orientados, os "mensaleiros" do PT pretendem lançar mão de uma série de expedientes destinada a postergar suas cassações para o dia de São Nunca.

Pára tudo
Os deputados petistas com a corda no pescoço querem agora recorrer ao Supremo Tribunal Federal para que seus processos no Conselho de Ética só comecem a andar depois de julgado o mérito das ações.

Todos por um
Outro recurso para protelar o andamento das cassações de petistas é pedir à Justiça que a Corregedoria envie os processos ao Conselho de Ética somente depois de todos os acusados terem prestado depoimento, o que levaria, por baixo, um mês.

Faxina geral
Corrente que circula na Internet lança a deputada Denise Frossard (PPS-RJ) para a presidência da Câmara. Slogan adotado pelos apoiadores da ex-juíza: "Se a hora é de limpar, higienizar, dedetizar, quem tem medo de Denise Frossard?".

Em aberto
Decorrida uma semana de sua animada entrevista coletiva, Severino Cavalcanti (PMDB-PE), que se diz atolado em dívidas, ainda não esclareceu quem está pagando os honorários do advogado Eduardo Alckmin.

TIROTEIO

Do senador José Jorge (PE) sobre a possibilidade de seu partido, o PFL, apoiar um candidato do PT para a sucessão de Severino Cavalcanti (PP-PE) na presidência da Câmara:
-O PT é o maior envolvido nas maracutaias que ocupam o noticiário. Se for para colocar um deputado do partido no comando da Câmara, é melhor deixar Severino onde está.

CONTRAPONTO

Hospedagem forçada

Há alguns anos, o banqueiro Olavo Setúbal convidou um grupo de políticos para a solenidade, realizada em um hotel na capital paulista, na qual seria agraciado com um título.
Na recepção, o hoje primeiro-vice da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL), encontrou-se com Abreu Sodré, que ocupava o governo de São Paulo em 1968, quando Nonô, então militante estudantil, foi preso no congresso da UNE em Ibiúna.
Quando já estavam numa roda conversando, Nonô resolveu brincar com Sodré:
-Governador, o senhor não deve se lembrar, mas há alguns anos fui seu hóspede.
-Não me diga! Nossa, eu não me lembro mesmo. Quando foi isso?-, indagou Sodré.
-Sim, é verdade. Fiquei 42 dias no Carandiru!
O constrangimento foi geral, suficiente para dispersar rapidamente a roda de bate-papo.


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