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Notas de dólares para pagar dossiê eram novas, emitidas em abril, diz relatório
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apreendidas na última sexta
pela Polícia Federal, eram novas as notas de dólares reservadas para a compra do dossiê
contra o PSDB. Segundo o relatório de produção mensal do
Bureau of Engraving and Printing, a casa da moeda norte-americana, as cédulas foram
emitidas em abril deste ano.
E, de acordo com auto de
apresentação e apreensão da
PF, os maços ainda estavam envoltos pela cinta de papel da casa da moeda "impressa na cor
dourada" quando foram
apreendidos. No lacre, a inscrição "BEP - one hundreds - $
10,000" - e uma orientação sobre a numeração das notas.
Segundo um especialista
consultado pela Folha, o fato
de serem recém-emitidas, sem
sinais de circulação, facilitaria
o rastreamento do dinheiro.
Como são proibidas negociações em dólar no país, a compra legal da moeda americana
passa, obrigatoriamente, por
uma instituição autorizada, seja banco ou casa de câmbio, e é
registrada em contrato. O Banco Central tem o controle dessas operações.
Sem o contrato de câmbio, a
compra seria ilegal. Segundo
esse especialista, que preferiu
não se identificar, embora muito difícil, não é impossível que
o dólar chegue, legalmente, ao
Brasil ainda acondicionado no
lacre do BEP. Apesar disso, não
se descarta a hipótese de o dinheiro ter sido sacado nos Estados Unidos, sem passar pelas
mãos de um doleiro.
O que chama a atenção é o
volume de dinheiro apreendido - US$ 139 mil - já que o limite individual para compra de
dólares para viagens ao exterior é de US$ 10 mil.
Pelo auto de apreensão, esses
maços continham US$ 10 mil
(R$ 21.500), em cem notas de
US$ 100. Num maço, por
exemplo, as notas traziam os
números seqüenciais de
FF79176001A a FF79176100A.
Num outro, a seqüência final
era de 6201A a 6300A.
Segundo o site da Casa da
moeda americana, essas notas
integrariam um lote emitido há
cinco meses, num total de US$
25,6 milhões produzidos. O
primeiro número de série é o
FF73600001A. O último
FF99200000 A.
A oposição questiona a origem do dinheiro supostamente
destinado à compra de material contra tucanos. Além da
não identificação de doleiro,
ela reclama da ausência de registro do número de celular
usado pelos dois emissários
presos pela Polícia Federal.
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