São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 2006

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Senador liga Freud a caso Celso Daniel

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), o senador José Jorge (PFL-PE) disse ontem ter recebido informações "de gente de Santo André" que vinculam o ex-assessor do Palácio do Planalto Freud Godoy aos suspeitos de envolvimento no assassinato do prefeito Celso Daniel (PT).
A declaração foi o ponto alto de uma série de ataques do comando da campanha de Alckmin, que tentou capitalizar com o caso. Jorge não apresentou provas.
Na tribuna do Senado, o senador elencou dados, segundo ele relatados "por uma fonte muito bem informada". "Começou a ligar gente de Santo André, e eu perguntei: "O que Santo André tem a ver com isso?"."
Tema espinhoso ao PT, o assassinato de Daniel, em 2002, também foi investigado pela CPI dos Bingos.
Segundo o senador, Freud é amigo do ex-segurança Sérgio Gomes da Silva, acusado de ser o mandante do assassinato de Daniel. O pefelista disse ainda que Freud fazia a segurança para Gilberto Carvalho durante supostas viagens para levar o dinheiro de propina coletado em Santo André até a sede do PT na capital paulista -Carvalho diz que nunca transportou propina para o PT. Para o senador, Freud "poderia também" estar envolvido com o aluguel do helicóptero que tirou do presídio Dionísio Severo, acusado de participar do crime.
Jorge, entretanto, citou dados desencontrados. Disse, por exemplo, que o nome de Freud teria sido citado numa acareação na CPI dos Bingos entre os irmãos de Daniel, João Francisco e Bruno, e Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete de Lula.
Pelas notas taquigráficas da sessão, em nenhum momento o nome dele foi citado. A mulher de Freud, a jornalista e empresária Simone Messenguer Godoy, 38, disse que o marido nunca trabalhou com Gomes da Silva nem com Daniel. "Já é uma tristeza o que estão fazendo com a gente, com isso chega a ser uma tortura chinesa."
Bruno Daniel disse que nunca viu Freud com o irmão nem com Gomes da Silva. A Promotoria e a polícia também informaram que o nome de Freud não surgiu nas investigações.


Colaborou LILIAN CHRISTOFOLETTI, da Reportagem Local

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