São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 2006

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Tucano quer que Polícia Federal apure se houve utilização de dinheiro público

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, levantou ontem suspeitas de que o PT usou dinheiro público para a compra de munição contra o PSDB. Alckmin listou casos, como liberação de recursos para ONGs ligadas a petistas ou de distribuição de cartilhas ao partido, para associar o governo a uso político de verbas.
"Todos os problemas que estamos vivendo na política brasileira relacionados ao PT e ao governo não são fatos isolados desse vale-tudo e, ao mesmo tempo, do desvio de dinheiro público. Não são fatos isolados", afirmou Alckmin.
Ao responder se acreditava que o dinheiro apreendido saíra dos cofres públicos, Alckmin disse que é cauteloso com as palavras e que não afirma o que não pode provar. Mas que "a polícia tem o dever de descobrir a origem do dinheiro e quem é o mandante".
Lançando dúvidas sobre o "espírito republicano" do ministro da Justiça de Lula, Márcio Thomaz Bastos, o candidato do PSDB à Presidência da República disse ontem que "é errado" a Polícia Federal não ter apresentado o dinheiro que foi apreendido em São Paulo para a compra de artilharia contra tucanos. "Não era essa a conduta que a polícia adotava anteriormente", disse ele.
Alckmin disse esperar que Thomaz Bastos não esteja agindo para proteger o governo. "Fala-se tanto em espírito republicano... E espírito republicano é compromisso com a verdade, compromisso com a justiça", afirmou o tucano.
Alckmin disse que a suspeita de participação de Freud Godoy, até ontem assessor especial da Presidência da República, reforça a tese de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conhece as práticas do PT. "É difícil acreditar desde o começo [na inocência do presidente]", disse. "A sociedade brasileira vai dar um basta. Chega. Esgotou qualquer nível de possibilidade de achar que são coisas pontuais, que o presidente não sabe, não viu e está fora da coisa. São fatos recorrentes."
Questionado sobre a inclusão de uma foto sua diante de ambulância da empresa Planam -ligada à máfia dos sanguessugas-, Alckmin disse que visitava uma feira em Campos de Jordão (SP). "É malandragem. Aí veio o castigo. Veio o castigo em seguida", disse Alckmin, insistindo: "A polícia tem o dever de expor todos os documentos. E tem o dever de apontar os responsáveis".


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