São Paulo, sábado, 19 de outubro de 2002

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Petista diz que atriz é uma "preciosidade" e vê preconceito na reação ao fato de ter bebido vinho Romanée-Conti

Lula recua e afirma que Regina Duarte tem direito de criticá-lo

Sergio Lima/Folha Imagem
Serra beija Germano Rigotto, candidato ao governo gaúcho, em uma churrascaria


FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva recuou e adotou ontem um tom conciliador em relação à atriz Regina Duarte, que disse ter medo de um eventual governo petista no horário eleitoral de José Serra (PSDB).
"Gosto da Regina Duarte como artista. Ela é uma preciosidade. A gente não tem nada a ver com as posições políticas dela, que são um direito democrático como o de qualquer pessoa", declarou Lula em comício para 50 mil pessoas no centro de Porto Alegre.
As declarações de Lula destoam do que ele afirmou na terça, em Aracaju. Na ocasião, Lula chegou a dizer que Regina Duarte estava fazendo uma apologia do medo e que provavelmente teria medo de atrizes mais jovens da Globo.
O recuo de Lula deve-se à má repercussão de suas declarações, constatada por levantamentos feitos pelo PT. O petista chegou a citar outro caso semelhante, ocorrido na campanha de 1989.
"Eu nunca tive bronca da Cláudia Raia porque ela apoiou [o candidato Fernando" Collor."
O petista também fez referência ao fato de ter bebido vinho Romanée-Conti, que custa cerca de R$ 8.500 a garrafa, após o debate da TV Globo no Rio de Janeiro.
"Novamente uma manifestação do preconceito que eu combati a minha vida inteira", declarou.
Lula disse que o vinho foi presente do publicitário Duda Mendonça ao coordenador do programa de governo, Antônio Palocci.
"Abriu-se uma garrafa para 12 pessoas e o cálice que tomei virou matérias e matérias de jornais", declarou. Com ironia, Lula disse que nunca ninguém escreveu nenhuma reportagem quando ele bebia vinho sangue de boi ou "um vinho chamado Capelinha, muito bom para fazer sagu".
No final do comício, o petista recebeu de presente de uma pessoa da platéia uma garrafa de plástico com líquido com aparência de vinho. Lula recebeu a garrafa, mas não bebeu o líquido.



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