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Governo do PT seria como gestão Chávez, diz Serra
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MARINGÁ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse ontem
que uma administração petista no
Brasil seria como a de conturbada
gestão de Hugo Chávez na Venezuela. Sua vice, Rita Camata
(PMDB), acusou Luiz Inácio Lula
da Silva de "não trabalhar" e "não
administrar nem sua casa".
Falando a uma platéia de 150
prefeitos, em Maringá (PR), o tucano defendeu o municipalismo e
disse que precisa da ajuda dos
prefeitos para governar o Brasil.
Ele afirmou que em eventual
governo petista o Brasil corre o
risco de se transformar em uma
Venezuela -desde sua eleição
em 2000, Chávez mudou estruturas institucionais, foi acusado de
totalitarismo, enfrentou um golpe
e agora vê ondas de protesto.
"Quando sou perguntado sobre
como seria uma administração
petista, digo que seria como a Venezuela, um governo do PT seria
como o de Chávez", disse.
Serra se recusou a discutir temas econômicos. Segundo ele, as
questões econômicas deveriam
ser perguntadas a Lula: "Em um
debate eu quero discutir isso com
Lula. Não no debate da Globo,
quando eu não poderei fazer perguntas". O debate entre Lula e
Serra está programado para o dia
25 na Rede Globo, e é o único do
qual o petista aceitou participar.
"Eu tenho muito medo do medo
do Lula [de não debater]", disse.
O encontro com lideranças e
prefeitos na Cocamar (Cooperativa dos Cafeicultores de Maringá)
foi marcado por ataques a uma
eventual administração petista.
O governador do Paraná, Jaime
Lerner (PFL), e o candidato derrotado do PSDB ao governo do
Paraná, Beto Richa, assim como o
prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi (PFL), estavam presentes.
Partiu de Rita Camata o ataque
mais forte contra Lula. Para ela, o
país não pode eleger o petista porque ele não trabalha: "Não sabe
administrar nem sua casa, porque
nem trabalhar ele trabalha", disse.
Antes, o deputado federal Luiz
Carlos Hauly (PSDB) disse que o
crescimento do PT na Câmara se
deu "pela falsificação e pela mentira". Segundo ele, a CUT distribuiu panfletos com mentiras sobre os parlamentares e "repetindo
a propaganda de Hitler, transformaram mentiras em verdades".
Rio Grande do Sul
No Estado, governado pelo PT,
Serra fez ontem dos ataques aos
petistas um discurso quase monotemático. Ele foi recebido com
ovação e vaias no centro de Porto
Alegre, onde fez caminhada com
cerca de mil pessoas. Serra registrou no Estado um dos seus melhores resultados no primeiro turno: 32,4% dos votos válidos.
O candidato voltou a dizer que o
PT de Lula tem várias faces: ""Primeiro, é o PT da TV: música, trilha profissional, lágrimas, alegria,
Caetano Veloso cantando sem autorização. É o PT que se recusa ao
confronto, ao debate".
"Depois, existe o PT do MST e
outras forças. Apareceu ontem
[anteontem] no Rio de Janeiro.
Nós tivemos lá um ato das forças
que nos apóiam. Mandaram a
tropa de choque [referência ao
protesto de mata-mosquitos dispensados pela Pasta da Saúde].
Esse é o PT da tropa de choque."
"Em terceiro, o da administração, do governo. Este o Rio Grande [do Sul] é especialista em conhecer." Serra atacou a administração de Olívio Dutra (PT).
No mesmo ato, numa churrascaria, o ministro Pratini de Moraes (Agricultura), do PPB, pregou a necessidade de "erradicar o
PT do Rio Grande". Serra esteve
acompanhado pelo candidato a
governador Germano Rigotto
(PMDB). Rigotto está 14,8 pontos
percentuais à frente de Tarso
Genro (PT) na intenção de votos,
segundo pesquisa Cepa.
A Folha perguntou a Serra se o
desgastado governo petista de
Olívio Dutra está para a candidatura Tarso Genro como o governo
Fernando Henrique Cardoso está
para Serra: "De forma alguma. O
Brasil com o Fernando Henrique
está melhor hoje do que estava
antes".
(JOSÉ MASCHIO, LÉO GERCHMANN e MÁRIO MAGALHÃES)
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