São Paulo, terça-feira, 19 de outubro de 2004

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CURITIBA

No dia da visita, muros amanheceram pichados com críticas a Lula; local foi limpo à noite

Presidente faz visita de apoio a candidato petista no Paraná

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve gravar hoje cedo depoimento de apoio ao candidato do PT à Prefeitura de Curitiba, Ângelo Vanhoni. A gravação estava marcada para ontem à noite, mas foi adiada porque Lula, depois de passar o dia cumprindo agenda oficial na cidade, estava cansado, segundo seus assessores.
A viagem do presidente à cidade causou a reação de anônimos. As paredes do prédio da Superintendência Regional do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e do teatro da CEF (Caixa Econômica Federal) amanheceram pichadas com as frases "Lula ladrão", "Lula invasão" e "Lula KD [cadê] os 10 milhões de empregos".
Ninguém assumiu o protesto. Os prédios pichados são vizinhos da sede da Associação Comercial do Paraná -no início do calçadão da rua 15 de Novembro-, onde o presidente terminou a programação oficial na cidade, no início da noite, com uma palestra sobre economia e política no seu governo. Alguns muros do caminho que o presidente percorreu também foram pichados.
À noite, no entanto, os muros foram pintados e as frases, apagadas. Segundo a Agência Folha apurou, os militantes do PT municipal "limparam" as pichações.
Não foi possível apurar se o presidente viu ou foi informado das pichações. Em toda a programação, ele não deu entrevistas.

PT versus PSDB
Curitiba vive a disputa de segundo turno a prefeito entre o candidato petista e o tucano Beto Richa. A gravação de apoio a Vanhoni seria realizada hoje, no hotel Bourbon, onde o presidente se hospedou. Ele voltaria a Brasília ainda na manhã de hoje, após a gravar o programa eleitoral.
Lula desembarcou no aeroporto de São José dos Pinhais -que atende a Curitiba- por volta das 12h30 e seguiu direto para um almoço na granja do Cangüiri , residência oficial do governador Roberto Requião (PMDB), em Piraquara, na região metropolitana.
A mesa do presidente - foi servido barreado, um prato típico do litoral do Paraná- foi dividida por Vanhoni, o diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek, Requião e o vice-governador, Orlando Pessuti. Ao entrar, o candidato do PT disse que o assunto do almoço não seria eleição, o que foi confirmado por outros participantes.
Programado para 40 convidados, o almoço na granja reuniu 60 pessoas. Prefeitos da região, deputados, secretários e integrantes da equipe de campanha de Vanhoni integravam o grupo.
Segundo um participante do almoço, Lula chegou a experimentar um copinho de cachaça de banana, produzida em Morretes (cidade do litoral do Estado), oferecida por Requião. O presidente também se encontrou com a neta Maria Beatriz, 9, filha de Lurian, que viajou com o pai de Florianópolis para ver o avô.
Nenhum ministro acompanhou Lula. À tarde, Lula inaugurou um prédio vazio do Lacen (Laboratório Central do Estado), que só começará a funcionar em São José dos Pinhais dentro de seis meses. O ministro Humberto Costa (Saúde) não pôde ir, mas mandou um representante.


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